Guerra na Ucrânia veio “agravar a difícil situação” dos produtores de leite, diz APROLEP

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A Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) pede uma intervenção urgente na crise do leite, que foi agravada com a guerra na Ucrânia. As exigências dos produtores passam por um “aumento imediato do preço do leite ao produtor” e pela criação “de um mecanismo para atualizar o preço do leite de acordo com os custos de produção”, referem em comunicado.

Apesar de o preço do leite ter aumentado em janeiro, a atualização já foi anulada pelos aumentos dos custos, referem. “Um saco de adubo que custava 6 euros custa agora 16. A Ucrânia era o primeiro produtor europeu de adubo azotado”. Era também “a principal fornecedora de Portugal” de milho, que “já passa os 300 euros/tonelada”. A soja custa 550 euros/tonelada, atentam os produtores.

“Não sabemos sequer que milho haverá para entrega, tendo em conta que um navio de cereais foi atingido por um míssil e os portos estão fechados. Tudo isto vai destabilizar ainda mais o mercado mundial de cereais que já estava em ebulição por causa do aumento de consumo da China e das secas nas regiões produtoras na América do Sul do Norte”, lê-se na nota.

A APROLEP sublinha que, embora surjam “notícias de que os alimentos vão aumentar aos consumidores”, “não há qualquer sinal de que as cooperativas e indústrias façam qualquer atualização do preço do leite pago aos agricultores”.

Por isso, pedem “ajuda urgente”, com “um aumento imediato do preço do leite ao produtor em cerca de 8 cêntimos por litro” e “um mecanismo para atualizar o preço do leite de acordo com os custos de produção”.

“O mercado do leite não funciona em Portugal e o governo tem que intervir. Senhor Primeiro-ministro, é tempo de Agir”, termina a nota.