Domingo, Maio 12, 2024

Luis Horta e Costa e Outros sobre a Tendência Habitacional Ecológica de Portugal

Portugal é uma linda nação conhecida pela sua rica história, costas deslumbrantes, vinhos e cozinha gourmet. Contudo, atualmente, Portugal é um precursor da corrida global em direção à vida sustentável.

O esforço de Portugal por casas e empreendimentos imobiliários ecológicos é uma prova do compromisso do país para um futuro mais verde – embora a construção de forma sustentável esteja longe de ser fácil. O especialista imobiliário Luis Horta e Costa, Jorge Portugal da COTEC, e Cristina Arouca da CBRE explicam as origens do movimento de sustentabilidade português e partilham como Portugal faz da vida ecológica uma prioridade.

Portugal: O Líder da Europa em Desenvolvimento Imobiliário Sustentável

Portugal tornou-se o destino ecológico número um da Europa. Conhecido pelas suas vistas intocadas de natureza, praias e vegetação exuberante, muitos viajantes visitam Portugal para ver a sustentabilidade na prática. Portugal pode preservar grande parte da sua beleza natural devido aos seus esforços para projetar casas ecológicas e incentivar a vida sustentável.

Quarenta por cento das emissões globais de carbono vêm de edifícios, consumo de eletricidade e materiais de construção. Para ser neutro em carbono até 2050, o governo português aprovou várias leis e incentivos para estimular desenvolvimentos imobiliários sustentáveis.

Mas não é apenas o governo português que toma medidas – os cidadãos portugueses acreditam que a sustentabilidade também é importante. Oitenta e três por cento dos investidores acreditam que os residentes portugueses exigirão propriedades mais sustentáveis no futuro, de forma a que os empreendedores imobiliários deverão criar edifícios ecológicos hoje para atender a essa exigência futura.

Luís Horta e Costa e outros especialistas explicam a ênfase de Portugal na construção ecológica

Vários especialistas em imóveis e negócios portugueses explicam como os empreendedores portugueses implementam o ambicioso plano do governo de ser neutro em carbono até 2050.

Os materiais de construção de captura de carbono reduzem as emissões

Embora materiais como o cimento e metal já tenham sido populares para a construção, muitos empreendimentos imobiliários portugueses estão a abandoná-los em favor de materiais mais ecológicos e duradouros.

De acordo com a CBRE Portugal, a madeira está a tornar-se uma alternativa popular ao cimento. Este material prende o dióxido de carbono no ar, algo que o cimento não consegue fazer. Se empreendedores suficientes optarem por madeira nos seus edifícios, isso poderia ajudar Portugal a atingir a sua meta de neutralidade de carbono. A madeira geralmente custa o mesmo ou menos que os materiais convencionais, por isso é uma escolha económica e com vantagens ambientais.

O empreendedor imobiliário e fundador da Square View, Luis Horta e Costa, usa materiais sustentáveis para construir comunidades ecológicas em Portugal. “Evitamos cimento e tentamos sempre usar madeira”, diz ele. “É mais limpo e não tem impacto no meio ambiente”. Na sua experiência, a madeira é mais agradável esteticamente e também possui melhores propriedades acústicas que os materiais convencionais.

Contudo, Luís Horta e Costa acredita que os empreendedores devem encontrar maneiras inovadoras de tornar os materiais sustentáveis mais acessíveis. “Estamos sempre a procurar novas maneiras de construir materiais e agora estamos muito focados no sistema modular”, explica. Optar por estruturas modulares que usam um design semelhante reduz o desperdício e, consequentemente, os custos de construção.

Esta também não é uma tendência isolada: líderes empresariais em Portugal elogiam os empreendedores por escolherem materiais sustentáveis. Num relatório da Newsweek, Jorge Portugal, gerente geral da COTEC Portugal, disse: “Há um esforço consciente na reutilização de matérias-primas e em ser eficiente na maneira como as matérias-primas são exploradas. Isto também está ligado ao design de produtos para uso durante um longo período e para se tornar mais inteligente em termos de manutenção e ciclo de vida.”

Empreendimentos portugueses priorizam estilos de vida ativos

A vida sustentável é muito mais do que usar materiais de construção ecológicos. Para Luis Horta e Costa, trata -se de incentivar um estilo de vida ativo que minimiza a criação de carbono adicional. “Nós preocupamo-nos muito com o ambiente e a mobilidade”, diz.

A sua empresa, a Square View, está a planear um projeto em Melides que usa um design cuidadoso para incentivar a caminhada e o ciclismo como alternativas viáveis à condução. “Melides é uma simpática e pequena vila no Alentejo. Fica a dez minutos do mar. Vamos construir uma pequena vila”, diz Luis Horta e Costa, “É um projeto que não é feito para multimilionários, mas para pessoas normais que podem comprar uma segunda pequena casa. Nesses projetos, temos sempre um lugar para pranchas de surf e bicicletas. E é um projeto muito, muito sustentável.”

Mais empresas imobiliárias usam design humano inteligente para incentivar a vida ecológica. Ao projetar casas que apoiam a caminhada e o ciclismo, os empreendedores facilitam muito os residentes aquando da escolha de opções mais sustentáveis em vez de conduzir um carro.

Investidores exigem projetos sustentáveis

Os residentes do quotidiano preocupam-se com a sustentabilidade, o que tem um impacto na exigência do mercado. Como resultado, os investidores imobiliários portugueses também acreditam que é importante que os empreendedores construam edifícios ecológicos. De facto, de acordo com um relatório da CBRE, 54% dos investidores desejam investir em empresas que se concentram em soluções ecológicas.

Com um maior apoio financeiro à sustentabilidade da parte de clientes, investidores e empreendedores, Portugal mostra que é possível construir comunidades sustentáveis sem perturbar a beleza natural do país. Cristina Arouca, diretora de pesquisa da CBRE, acredita serem necessárias mais pesquisas, mas Portugal tem um futuro promissor graças às suas iniciativas de sustentabilidade.

“A consideração extraída dos [nossos] estudos irá ajudar os líderes imobiliários corporativos a descobrir oportunidades para avançar em direção a um futuro mais sustentável. Estas oportunidades existem em cada uma das fases da vida de uma propriedade e só podem ser alcançadas de maneira ideal quando coordenadas num amplo espectro de todas as partes interessadas”, conclui.

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