Ministério Público arquiva queixa de assédio sexual contra antigo treinador do Rio Ave

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O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito aberto ao treinador Miguel Afonso por falta de provas, avança nesta sexta-feira o Diário de Notícias. Lembre-se que Afonso tinha sido acusado de assédio sexual por várias atletas, situações que seriam referentes à época de 2020/21, quando este era treinador da equipa feminina do Rio Ave.

A única jogadora que prestou declarações ao MP é menor e terá negado qualquer ato impróprio do treinador, adianta o DN.

De acordo com o despacho final assinado pela magistrada do MP da secção de Vila do Conde, a que o Diário de Notícias teve acesso, “não se mostra minimamente indiciada a prática de crime de importunação sexual de menor por parte do denunciado no que à ofendida concerne, determino, sem necessidade de mais considerandos, o arquivamento dos presentes autos, por ter sido recolhida prova bastante da inexistência de crime”.

Entretanto, o Jornal de Notícias noticiou que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol vai manter o castigo aplicado a Miguel Afonso, castigo esse que afasta o técnico do futebol por 35 meses e que o multa em 5.100 euros.

O Conselho de Disciplina tinha instaurado um processo disciplinar com caráter de urgência a 30 de setembro do ano passado, para “apurar a eventual responsabilidade disciplinar” de Miguel Afonso “por legados comportamentos discriminatórios em função do género e/ou da orientação sexual”. Na fase de instrução do processo, foram feitas “18 inquirições a vítimas ou testemunhas”, inquiridos os arguidos e analisados “mais de 60 documentos”, lê-se num comunicado datado de 3 de novembro passado.

O processo disciplinar desportivo é autónomo relativamente ao processo criminal, pelo que o castigo imposto pelo Conselho de Disciplina só é levantado por decisão do Tribunal Arbitral do Desporto.