O ano letivo de 2020 arrancou de uma forma atípica. Na Póvoa de Varzim, não foi diferente. A nova realidade que vivemos em resultado da pandemia que atrapalha o mundo arrastou os estudantes, os professores e os funcionários para um dia a dia de aulas que não dispensa o uso de máscaras, de intervalos reduzidos e de limpezas constantes, em resposta aofim das aulas através de ecrãs.
O resumo da vida escolar que se vive no nosso concelho não está muito longe da realidade escolar dos restantes estudantes do nosso país, com a agravante de os estudantes poveiros enfrentarem arranques de anos letivos atípicos há bastantes anos. Longe das preocupações de saúde pública (ou nem por isso), os estudantes poveiros enfrentam, ano após ano: falta de autocarros, pobres e perigosas condições infraestruturais (ainda ninguém resolveu as péssimas acessibilidades à EB1 da Giesteira!) e obras em atraso, um pouco pelas escolas de todo o concelho. Nestas matérias, este ano não foi diferente e é chocante que problemas tão graves já não sejam minimamente “atípicos”.
Ainda assim, os nossos professores e funcionários não deixaram a Póvoa ficar atrás de nenhuma escola a nível nacional. Também aqui a sua preparação e agilidade permitiram a existência de condições que resultaram no retorno à rotina escolar, com a missão comum de tornar a propagação do vírus o cenário mais distante da realidade. O desejo comum é a vontade de não repetirmos o arranque de anos letivos difíceis como este e que a normalidade regresse o mais rápido possível: a normalidade de recintos escolares sem vedações de obras; de salas de aulas que não são contentores; de pavilhões desportivos com condições adequadas; de autocarros dignos e acessíveis para todos, para que as nossas freguesias e as suas crianças não sejam deixadas ao abandono.
O desejo fica, assim como a certeza e a esperança. A certeza de que a comunidade escolar, bem como todos os poveiros, irão continuar a liderar pelo exemplo para que, coletivamente, a nossa nova realidade se continue a traduzir na segurança e proteção do amanhã. A esperança de que o arranque do próximo ano letivo não seja difícil para os estudantes poveiros, que andam a ouvir isso há pelo menos uma década.
Maria Luís Santos