Orçamento fechado? “Estava ferido de erros graves”, responde PSD de Vila do Conde

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A 21 de outubro, o PSD/Vila do Conde apresentou um conjunto de medidas que queria ver incluídas no orçamento municipal para 2021. Cinco dias depois, o executivo liderado pela NAU convidou os social-democratas para uma reunião. Aí, foi transmitido que o documento já estava concluído e não podia ser alterado, argumentos pouco convincentes para o PSD, que entretanto teve acesso ao projeto de orçamento:

“Verificámos que estava ferido de erros graves, próprios de quem afinal só estava preocupado em mostrar algo como terminado, mas no fim ainda estava somente a desenvolver”, atira Pedro Soares, presidente da comissão política concelhia, em conferência de imprensa esta quarta-feira.

“A dada altura era apresentado o surreal valor de 265 milhões de euros de total de despesa, quando, na realidade, já 24 horas depois, no mesmo mapa era apresentado o valor de 63 milhões de euros”, refere.

“Também nesta demonstração de confusão e falta de preparação, verificámos que várias rubricas não coincidiam, como o exemplo das despesas com o pessoal serem de 19.177.900€, sendo que no quadro final de segunda-feira já eram de 95.889.500”.

Ficou demonstrado, para o PSD, que o objetivo da NAU é apenas “excluir todos os agentes políticos na vida do município”.

Recorde-se que as propostas do PSD passavam por criar um fundo de apoio social e económico Covid-19, diminuir a participação municipal no IRS, transferir mais capital para as freguesias e acompanhar a elaboração do Plano Plurianual de Investimentos.

PSD fala em NAU eleitoralista e remetida ao silêncio com a Covid
Pedro Soares concluí que o orçamento e o Plano Plurianual de Investimentos apenas cumprem visão “eleitoralista”, realçando “somente aspetos de investimento”, sendo “omissos” em respeito a um projeto coerente sobre o futuro. Além disso, não está contemplada qualquer medida excecional de adaptação à pandemia.

“Em Vila do Conde não ouvimos nada [acerca do aumento de casos de Covid-19], não visualizamos nenhuma informação nem medida de antecipação para podermos gerar confiança aos nossos munícipes”, critica.

“E, pior ainda, é perceber que a desconexão total com a realidade conjuntural não mais é que uma vã tentativa de vitimização da senhora presidente [Elisa Ferraz] para obrigar a que a oposição vote contra para, com isso, justificar os seus insucessos”, diz o dirigente político do PSD, antes de rematar:

“Se a NAU se mantiver a navegar na sua agenda de vitimização e alheamento perante a nossa conjuntura, não poderemos, em coerência com os nossos princípios sociais e humanos, votar a favor o orçamento de 2021 e o Plano Plurianual de Investimentos”.