Casos de Covid detetados no Lar de Rates

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O desconfinamento dos últimos meses não chegou a todos. Os lares de idosos são, neste momento, uma das maiores preocupações do país, à medida que o número de casos de infeção com a Covid-19 aumenta. No lar de Rates, oito meses depois do início da pandemia, os primeiros casos foram identificados no dia 18 de novembro.

A fonte de infeção é ainda desconhecida e, neste momento, existem cerca de 25 pessoas infetadas, entre utentes e funcionários. O lar adianta também que faleceram com teste positivo três idosos. Os utentes tinham mais de 90 anos e várias complicações de saúde.

Numa entrevista realizada antes do aparecimento dos casos de Covid-19, em outubro, Carla Gomes, diretora técnica do lar, afirmava que os surtos em lares são preocupantes, tendo em conta o perfil dos utentes: “onde estão as pessoas mais vulneráveis, com problemas respiratórios ou cardíacos? Estão aqui concentrados”.

Por essa razão, as visitas no lar contavam com muitas restrições. Para além do vidro que separa os idosos da família e amigos, estavam impostos ainda os “dois metros de distância, não podem tocar, abraçar, têm de ter máscara”.

As saídas dos idosos ao exterior são raras, mesmo para ir a consultas. Segundo a diretora, “sempre que um utente tem de ir fazer um exame ou a consultas urgentes, quando regressam têm de ficar 14 dias em isolamento”. Por essa razão, “tenta-se a todo o custo que as consultas sejam telefónicas”, admite Carla, ao afirmar que “já chega as limitações todas que eles têm”.

Já nessa altura, a diretora notava que as restrições emanadas pela DGS contribuíam para o cansaço dos idosos. “Eles têm saudades da família, de um abraço, de um beijo. Isso todos temos, mas, para eles, é muito mais complicado”, lamenta a diretora. E avança que, para os utentes autónomos, o desafio é ainda maior: “estavam habituados a ir a casa com os familiares passar o fim de semana, a ir ali à lojinha comprar uma bolachinha ou que seja. Essas pessoas há sete meses que não saem daqui. Estão cansados, como todos nós”, termina.