Com os votos a favor do PSD, a abstenção do PS, CDS e PAN, e os votos contra da CDU e BE, foi aprovado na Assembleia Municipal na noite de sexta-feira, o orçamento da Câmara da Póvoa de Varzim para 2021, no valor de 65 milhões de euros, dos quais mais de um terço em obras. Entre os investimentos, destaca-se o prolongamento a norte da via B, intervenções em diversas escolas do concelho e o início da construção do Póvoa Arena.
No final, Aires Pereira, presidente da Câmara, disse que saiu da reunião com os deputados “com a sensação que o trabalho que desenvolvemos ao longo destes três anos materializa o que são as nossas opções, e com um sentimento de grande unanimidade. As críticas que fizeram são muito pontuais e que podemos melhorar, mas globalmente é positiva”. Sobre os dois votos contra, explicou que a CDU e o BE “muito dificilmente votam alguma coisa que não seja proposto por eles”.
O edil entende “que fizemos um bom trabalho” e disse que vem ao encontro daquilo do que afirmou quando tomou posse há três anos: “Gostava de trabalhar com todos e para todos, e é este o caminho que temos que continuar até ao final do mandato”.
Oposição entre a abstenção e o voto contra
Para o deputado Miguel Pinto, do PS, o orçamento “tem algumas coisas positivas, nomeadamente no controlo da despesa e a opção de algumas obras estruturantes, mas depois há uma série de pontos que não concordamos, entre as quais o diferencial entre o custo da água e a sua venda”.
Já Castelo Branco do CDS explicou que o orçamento apresenta “algumas medidas que defendemos, entre as quais o aumento da transferência de mais valores para as juntas de freguesias e outros investimentos que acarinhamos, com a exceção da demolição da Praça de Touros, não da construção do Póvoa Arena, e por isso a abstenção”.
Quanto a Vitor Pinto do Bloco de Esquerda, continua a existir “divergências de fundo, com o paradigma da construção das grandes obras em detrimento ao apoio social, sendo previsível que no próximo ano haja um aumento de desemprego, e não vemos um acréscimo de preocupação deste executivo”.
Pela CDU, João Martins votou contra porque “falta uma política de educação e a Carta Educativa do concelho é de 2007 e é imperioso rever a mesma”, apontando ainda a falta de um jardim de infância na cidade, entre outras obras necessárias nas escolas que faltam concretizar. O deputado vincou que as políticas do seu partido “são diferentes das câmaras da CDU na educação, habitação e no ambiente e temos visões diferentes do executivo”.
Devido ao elevado número de pontos em discussão, a Assembleia Municipal foi realizada em dois dias, na quinta e sexta-feira, no Teatro Garrett, para não ultrapassar as 23h, hora do recolher obrigatório.
Foto arquivo CMPV