Poveiros a votos para escolher presidente da república (parte dois)

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A 24 de Janeiro, Portugal vai a votos para escolher o próximo Presidente da República. O MAIS/Semanário ouviu as concelhias da Póvoa de Varzim para saber as suas opiniões sobre os candidatos. [Parte dois de duas notícias. Apoiantes apresentados por ordem alfabética].

João Trocado apoia candidatura de Ana Gomes

O PS não dá indicação de voto em qualquer dos candidatos, mas, João Trocado, presidente do PS/Póvoa, diz que, respeitando as diferentes opiniões, está “pessoalmente envolvido na candidatura da embaixadora Ana Gomes, a quem reconheço um percurso de vida pública dedicada a causas humanistas, como a defesa dos direitos humanos, da liberdade e da democracia, da transparência, justiça fiscal e denúncia da corrupção”, explica. 

“Reconhecida internacionalmente pelo trabalho desenvolvido na independência de Timor, pelas missões diplomáticas na Etiópia e em Angola, é negociadora de profissão, pelo que está preparada para promover os equilíbrios necessários à estabilidade política, um dos papéis mais importantes do Presidente da República. É sem dúvida a candidata que melhor representa o campo político do centro-esquerda, mas identifico-me sobretudo com a coragem com que defende as causas em que acredita”.

João Trocado refere ainda que, na Póvoa de Varzim, os apoiantes de Ana Gomes recolheram cerca de 250 assinaturas e organizaram uma sessão pública online, com a presença de muitos poveiros que puderam ouvir e colocar questões a Ana Gomes e a Rui Tavares, um dos mais destacados apoiantes da candidatura, ex-eurodeputado e fundador do Partido Livre.

Mandatário poveiro da PCP afirma que votar em João Ferreira é “dar força ao Portugal de Abril”

José Rui Ferreira, da CDU Póvoa de Varzim, é o mandatário concelhio da candidatura de João Ferreira à presidência da república. A ser eleito, o foco primordial estará em temas como a valorização do trabalho, a criação de riqueza, o serviço nacional de saúde e a agricultura.

“Creio que, provavelmente, muita gente tem sido surpreendida pela clareza, a seriedade e a competência com que João Ferreira se apresenta como candidato à presidência, assumindo como bandeira defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição”, começa por ressalvar o mandatário.

“A conquista primordial do 25 de Abril é a democracia, que tem como princípio básico a separação de poderes. João Ferreira assume, com clareza, respeitar as competências de cada órgão, mesmo que sejam contrárias à sua opinião, sem, contudo, abdicar dos seus poderes e competências, como sejam, por exemplo, suscitar a constitucionalidade de leis que atinjam os direitos dos trabalhadores. É, também por isto, que muitos democratas, que não sendo da área política da CDU, se revêm nesta candidatura”, afirma José Rui Ferreira.

A valorização do trabalho e dos trabalhadores “está no coração” da Constituição, acrescenta, lembrando que em Portugal, o salário médio é inferior a metade do salário médio do conjunto de países da União Europeia. Um Presidente da República comprometido com a causa dos trabalhadores “é fundamental para reverter esta situação, que lança milhares de jovens na precariedade, no desemprego, nos baixos salários e sem perspetivas de construção do seu futuro”.

Também o Serviço Nacional de Saúde é considerado “uma das mais importantes conquistas” do 25 de Abril. “A sua importância na resposta à Covid-19 é amplamente reconhecida, sendo necessário o reforço em meios humanos e materiais. Cerca de 40% das verbas do Orçamento do Estado para a saúde são drenados para o setor privado, enquanto são adiados investimentos como a construção do novo Hospital da Póvoa de Varzim/Vila do Conde”.

A terminar, o mandatário concelhio poveira sublinha que João Ferreira, enquanto deputado no Parlamento Europeu, “tem defendido sem hesitações, os interesses dos agricultores e pescadores poveiros. Votar em João Ferreira é dar força ao Portugal de Abril”, conclui.

Bloco de Esquerda confiante em Marisa Matias

Victor Pinto, do lado do Bloco de Esquerda/Póvoa de Varzim, apoia naturalmente a candidata Marisa Matias, a única que “garante equidistância e a possibilidade de estabelecer pontes com todas as forças políticas democráticas, nomeadamente à esquerda. É a defensora mais aguerrida do estado social e do SNS, que neste momento são tão precisos por causa da pandemia. Além de tudo isso, a sua postura granjeia da simpatia de muitos portugueses e portuguesas, até pela forma como luta contra esta tentativa de instauração da extrema-direita no país. Tem sido a candidata que mais se tem indignado e combatido este fenómeno”.

Os adversários diretos nestas eleições não são Ana Gomes ou André Ventura, e sim Marcelo Rebelo de Sousa, porque o objetivo é ambicioso. “O que acontece é que Ventura se coloca numa posição em que todos aqueles que se reveem na democracia têm mesmo de o ver como adversário, incluindo o atual presidente e restantes candidatos. André Ventura é um intrujão, um fala-barato, e não podemos ter alguém como ele na presidência da república disseminando ideias de ódio, xenofobia e racismo”.