Diretor de escola poveira preocupado com acesso aos meios informáticos

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O ensino à distância vai ser retomado a partir de 8 de fevereiro. O diretor do agrupamento de escolas Cego do Maio, Arlindo Ferreira, avisa que vão reviver-se “os mesmos problemas e as mesmas frustrações” do ano passado

Arlindo Ferreira, diretor do agrupamento de escolas Cego do Maio, lembra que, relativamente ao ensino à distância do ano letivo passado, um dos aspetos mais negativos que ocorreram foi “a ausência de meios informáticos de muitos alunos, em especial dos alunos mais carenciados ou nos agregados familiares mais numerosos”, escreveu no seu blog.

“A frustração da escola, enquanto organização, por não conseguir dar resposta aos imensos pedidos das famílias para resolver estes problemas, foi uma situação que ainda hoje não conseguimos ultrapassar e caso se verifique a passagem em breve ao ensino não presencial vão reviver-se os mesmos problemas e as mesmas frustrações”.

Arlindo Ferreira diz que é necessário “um horizonte temporal curto e com uma planificação atempada para o regresso à escola de forma faseada e com uma esperança real para esse regresso”, refere. “Com a passagem para o ensino à distância é importante que seja pelo período mais curto possível e com uma meta determinada a curto prazo. Ninguém aguentaria um sistema não presencial, sem paragem de Carnaval, Páscoa e com uma duração previsível até ao final de junho”

Outro aspeto a ressalvar para o diretor é que as famílias tentam preparar-se para o ensino à distância mas “estão ansiosas”, acrescenta.

“As escolas públicas preparam-se para o ensino à distância mas ainda não informaram as famílias como vai ser a partir da próxima semana, urge faze-lo. Com a obrigação de repercutir o horário semanal em momento síncrono e assíncronos, as aulas vão ser diferentes das do 3.º período do ano letivo passado, um terço das aulas têm obrigatoriamente de ser em momentos síncronos”.

Mas para as famílias “os constrangimentos vão continuar” e os prometidos equipamentos informáticos não chegaram. “A organização familiar vai continuar a ser uma dor de cabeça para a maioria”, escreveu no dia 1 de fevereiro.

Arlindo Ferreira critica também o facto de o Governo só ter encomendado 258 mil dos novos computadores para os alunos no dia 31 de dezembro de 2020, “mais de três meses após o início do ano letivo e mais de oito meses após o anúncio de Costa em forma de promessa”, conclui.