“Município que ouve as pessoas é gerido sem grandes questiúnculas”

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Para a Assembleia Municipal da passada semana, o município convidou antecipadamente os poveiros a enviarem perguntas gravadas. A iniciativa não teve grande adesão, mas Aires Pereira, presidente da Câmara, não ficou surpreendido.

“Já cá ando há tempo suficiente para se saber que é muito difícil aparecerem pessoas a colocar questões, mas isso tem muito a ver com a forma como o município é gerido. Não há grandes questiúnculas e problemas, porque também o município ouve as pessoas e tem as suas reuniões de Câmara públicas, onde as pessoas têm oportunidade de dizerem o que bem entendem, e, portanto, não estava à espera de mais, porque é o normal”.

Líder da Iniciativa Liberal questiona presidente da Câmara sobre restrições na marginal
Ricardo Zamith, líder da Iniciativa Liberal da Póvoa de Varzim, interpelou o presidente da Câmara acerca das medidas de restrição da pandemia aplicadas na marginal da cidade. A Iniciativa Liberal não tem representação na Assembleia, pelo que esta intervenção, sob a forma de pergunta, foi feita “enquanto cidadão” e não como responsável político.

“O que é que se passa na marginal?”, começou por questionar, aprofundando: “Em deslocação para o trabalho, na minha trotinete, tentei circular pela ciclovia e achei caricato que esta estivesse bloqueada. Eu percebo que se tente dissuadir as pessoas de passearem, mas a ciclovia é uma via de comunicação e de transporte, e, se o município quer promover a mobilidade suave, interditar a ciclovia não é uma boa prática. Além de que, como os passeios estavam bloqueados, as pessoas em vez de caminharem nos espaços abertos e amplos, iam todas para o passeio do outro lado, havendo aglomerados”.

Outro aspeto mencionado foi que, “estando a passagem pelo areal impedida, os surfistas não conseguem praticar esta atividade, que é individual e com probabilidade quase nula de o vírus se transmitir. São medidas exageradas, desnecessárias e que não resolvem nada”.

“Marginal fechada por imposição da lei”
Na sua resposta, Aires Pereira explicou que, primeiro, as restrições são impostas pelo Governo e, depois, que as pessoas andam sempre à procura das “exceções” que mais lhes convêm.

“O primeiro-ministro, na regulamentação do estado de emergência, devia ter contemplado as trotinetes e ter criado aqui uma exceção ao dever de confinamento”, atirou.

“A marginal está fechada por imposição da lei. Nós cumprimos e, por isso, é que as situações começam a melhorar. Há gente que acha que deve haver sempre exceções, e foi isso que causou o período difícil dos últimos dois meses. Há aqueles que cumprem a lei e há aqueles que procuram as exceções que acham que se lhes adapta. Espero que, nas próximas medidas, seja criada uma exceção para a malta das trotinetes”.