O primeiro-ministro avisa que a crise económica provocada pela pandemia não irá acabar tão cedo. António Costa, em entrevista concedida ao jornal Público, sublinhou:
“No dia em que deixarmos de ter qualquer infetado com covid-19, continuaremos a ter 400 mil desempregados. Continuaremos a ter muitas empresas que entretanto faliram, ou que têm muitas dificuldades”.
Este esforço de recuperação económica “não nos vai permitir tirar um dia de intervalo entre o fim do combate à pandemia e o início da batalha da economia”, frisou o governante. “Não antevejo, para mim, ter uma vida mais sossegada no dia em que deixe de haver pessoas infetadas porque tenho consciência do estado em que o país está”.
Costa não pode dizer se o pior já passou, “nem do ponto de vista sanitário, nem do ponto de vista económico e social”, tendo em conta que há “fatores de imprevisibilidade que ninguém pode negar”. “Tal como ninguém em outubro sabia que íamos ter a variante inglesa, ninguém hoje sabe se não vamos ter daqui a três semanas outra variante que pode alterar profundamente este panorama”.
Não é uma perspetiva “pessimista” mas sim “realista”. Na mesma entrevista, o governante disse ainda não ter “dúvida nenhuma de que esta crise foi o maior atestado de falhanço das visões neoliberais”.
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