O poveiro Bruno Rodrigues (ao centro na foto), que preside ao Núcleo de Árbitros da Costa Verde, lamenta que a pandemia tenha afetado a atividade do mesmo, e recorda o contributo do sócio número um, recentemente falecido. O árbitro assistente conta que apitar jogos sem público é pior para a concentração e ainda defende a sua classe das constantes críticas de que é alvo. Enquanto árbitro internacional, explica como encara os grandes jogos e a forma como lida com os principais nomes do futebol mundial
Arbitrar com estádios vazios tem sido um obstáculo acrescido? Ou, para os árbitros, até acaba por ser positivo?
O público nos estádios não é só positivo para os jogadores. Também o é para nós. Os assobios ou os os gritos entre outras reações, ajudam a aumentar a nossa concentração. Parece estranho. Podia levar à distração, mas não. Com os estádios vazios fomos obrigados a arranjar estratégias para manter sempre os índices de concentração no máximo.
Que principais equipas do futebol mundial já arbitrou na Liga dos Campeões e como encara os jogos com futebolistas de maior nome? Estes tentam pressionar e intimidar mais?
Já tive o privilégio de participar em jogos de equipas como o Real Madrid, Atlético de Madrid, Inter, Manchester City, Roma e PSG, entre outros. E não só clubes, também em jogos de seleções. Em relação aos jogadores de renome, na maioria das vezes são pessoas iguais a nós. Com feitios e personalidades próprias, há uns mais simpáticos e outros que não estão tão à vontade para falar e então criam uma ‘máscara’ protetora. Mas o nome ou o sobrenome dificilmente pressionam ou intimidam quem quer que seja. Não vais fazer nada diferente por ser o Cristiano Ronaldo ou o Dinis Rodrigues…
Excerto da entrevista concedida ao MAIS/Semanário