“Inovação é a palavra chave no desenvolvimento de S. Pedro de Rates” sublinha presidente de junta

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Paulo João, presidente da Junta de S. Pedro de Rates, diz que a intenção “é continuar a preservar e apoiar a atividade agrícola, tão importante para a nossa economia local, temos, no entanto, uma grande margem de crescimento que importa potenciar”, e á qual acresce o turismo que passa pela “inovação que se inicia na base pela educação, pela formação contínua e pela cultura”.

Sendo a freguesia de S. Pedro de Rates de predomínio agrícola, é também uma localidade histórica e de muita cultura. Como analisa esta simbiose? 

A população de S. Pedro de Rates tem consciência e orgulho da sua terra e da sua riqueza. E essa riqueza resulta, precisamente, da capacidade de saber potenciar essa cada vez mais valorizada sã convivência entre as diversas componentes que fazem de Rates uma terra muito agradável para viver.

Falo, precisamente, dessa feliz relação do trabalho agrícola e da paisagem rural com o nosso rico património cultural. Aliás, importa dizer que uma importante parte do nosso património cultural (não apenas o construído, mas também as lendas, os usos, os cantares, o vestuário, a gastronomia, etc.) é, precisamente, herança da atividade agrícola.

Esse é um caminho que pretendemos continuar a percorrer, ou seja, preservar e apoiar a atividade agrícola, tão importante para a nossa economia local, e a paisagem rural (que Estação a Estação, ou melhor, dia a dia é diferente e dá cor à nossa terra) e, ao mesmo tempo, manter, e se possível acelerar, este ritmo de crescimento e modernização a que temos assistido nos últimos anos.

O que considera importante para garantir o crescimento da atividade cultural na freguesia?

S. Pedro de Rates tem boas razões para assumir a Cultura como um fator de crescimento económico e social. É que, para além do rico património cultural que foi sendo construído ao longo dos séculos, e que tão bem temos sabido preservar, temos, ainda, uma atividade cultural muito interessante. Temos, no entanto, uma grande margem de crescimento que importa potenciar.

Para tal, a palavra chave é inovação. E essa inovação inicia-se na base pela educação, pela formação contínua, pela cultura. S. Pedro de Rates já não é apenas mais uma freguesia. A nossa terra é hoje uma Vila moderna, dinâmica e com sustentadas razões para encarar o futuro com confiança.

Nem Rates é a mesma, nem a cultura contemporânea é a mesma. Seria, por isso, errado perspetivar um projeto político para a Cultura a partir dos mesmos fundamentos e variáveis de há décadas. Poderemos com efeito sintetizar o projeto cultural para os próximos anos parte de quatro objetivos estratégicos: A construção de Casa Museu, o Ecomuseu, apoio à criação artística e o reforço e inovação da programação cultural.

O caminho de Santiago é um dos ícones para a freguesia juntamente com a igreja românica. O que perspetiva para a afirmação e Rates como destino turístico?

A Igreja românica é e será sempre a referência de S. Pedro de Rates, aliás, brevemente, e após vários meses de espera, serão colocados dois painéis “Igreja Românica de Rates – Património Nacional” junto à A28, dando, precisamente destaque a um dos melhores exemplares do românico em Portugal.

Também o Caminho de Santiago é assumido como um importante ícone da nossa Vila e continuará a merecer toda a nossa atenção. Mas do ponto de vista turístico, Rates não vive apenas destes dois fatores.

Nos últimos anos assistiu-se ao crescimento do número de turistas e visitantes na nossa terra. Para isso, muito contribuíram os investimentos realizados em espaços e atividades que importa manter e, sempre que possível, fortalecer.

Falamos não só de espaços e atividades de iniciativa pública, mas, também, de iniciativa privada. Será desta união entre as iniciativas privadas e públicas que teremos de fazer a nossa força e construir o futuro.

Tendo sempre presente os desafios relacionados com a sustentabilidade, durante os próximos anos deveremos apostar no crescimento do número de pessoas que optem por S. Pedro de Rates para passarem algum do seu tempo livre, aumentando as taxas de ocupação dos espaços e equipamentos que temos disponíveis e, assim, contribuir para o crescimento das taxas de utilização dos estabelecimentos de restauração e bebidas e comercio em geral.

Este ano, a Junta pretende realizar o Dia da Freguesia e homenagear alguma pessoa e entidade?

A Junta de Freguesia de Rates ainda não decidiu se realizará as habituais atividades no âmbito das celebrações do Dia da Vila. Já no ano passado não foi possível e não sabemos se será este ano. De qualquer forma, e tal como já o afirmei anteriormente, temos várias pessoas e entidades a quem devemos homenagem, nomeadamente, o Rancho Folclórico de S. Pedro de Rates, que em 2020 festejou o seu 50.º aniversário; O Grupo de Escuteiros de Rates, que em 2020 festejou o seu 25.º aniversário, entre outros.

Sobre este momento que a sociedade atravessa, há muitas pessoas a recorrerem a apoios da Junta de Freguesia?

Sim. Ultrapassada alguma vergonha escondida (que ninguém deve ter, afinal, quem de nós está livre de numa situação de crise como a que vivemos, ficar sem emprego e sem forma de sobreviver sem ajuda?) chegaram vários pedidos de ajuda que, graças à estreita colaboração com os serviços de Ação Social da Câmara Municipal (que, diga-se, têm desenvolvido um trabalho digno de destaque) têm sido atendidos.