O vila-condense Nuno Sousa, camionista de transporte de mercadorias, alerta que o setor deveria ter sido incluído nos grupos prioritários da vacinação. Após cerca de vinte dias na estrada – em países como Inglaterra, Bégfica, Holanda, Alemanha, França e Espanha – encontra-se por esta altura em casa e aproveitou esta altura para ir ser vacinado. Tomou a primeira dose no passado domingo.
“Percorremos a Europa toda, atravessamos várias fronteiras, mas só agora é que chegou a minha vez de tomar a vacina. Eu queria fazer este alerta porque o nosso ramo de atividade é um dos que está na linha da frente dos perigos de contágio”, começou por dizer o camionista de 44 anos, completando:
“Já tivemos muitas dificuldades durante a pandemia, principalmente o ano passado em que não houve grande atenção sobre os camionistas. Mais uma vez ficamos esquecidos na prateleira, indo tomar a vacina já a meio do ano, quando este setor deveria provavelmente ter sido incluído nos grupos prioritários em vez de se fazer apenas por idade”. Os colegas de trabalho, acrescenta, estão todos na mesma situação.
Teste regulares ao novo coronavírus também não são prática comum, com uma exceção: “Ao longo deste tempo, o único país que nos obrigou a fazer isso foi a Inglaterra. Só podia seguir quem tivesse negativo”.
Apesar de tudo, tem sido possível evitar surtos de covid na empresa onde trabalha, a PrimaFrio: “Não posso falar em surto. Houve pessoal que ficou infetado mas de forma esporádica, como noutros ramos de atividade Vamos sabendo de um caso ou outro”.
De resto, e noutros problemas que afetam o setor, Nuno Sousa lembra que é preciso resolver a falta de estacionamento para pesados em Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Em setembro passado o camionista fez um apelo público ao poder autárquico mas a verdade é desde então “nada foi feito”.