Atualmente, os jovens são parte da “geração mais bem preparada de sempre”. No entanto, esta é também “a geração com mais falta de oportunidades para nos emanciparmos e progredirmos”. Neste Dia Internacional da Juventude (12 de agosto), o MAIS/Semanário esteve à conversa com Alexandre Galiza, jovem poveiro e membro do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), sobre o impacto que os jovens podem ter na sociedade.
O percurso de Alexandre no associativismo jovem é uma história com já 15 anos. Em 2006, juntou-se ao Corpo Nacional de Escutas, e ainda é escuteiro. Na adolescência, exerceu três mandatos como presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Eça de Queirós, para além de representante dos alunos no Conselho Geral e membro-fundador da Federação Nacional de Associações de Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário.
“Por inerência do cargo de presidente da direção da AEESEQ”, Alexandre Galiza explica que exerceu funções no Conselho Municipal de Juventude local desde a sua reativação. Agora, aos 23 anos, exerce “com muito orgulho e determinação o mandato de vogal-tesoureiro da direção do CNJ”.
Para alguém tão imerso neste mundo associativista, o Dia Mundial da Juventude, instituído pela ONU em 1999, “é um importante marco na história da relevância política”. Mas, mais de 20 anos depois, “há ainda muito para fazer”.
“Se nada for feito”, modelo social vai tornar-se insustentável
Alexandre acredita que continuam a existir “momentos e oportunidades para celebrar a juventude e o seu significado no nosso ‘ecossistema’, em que lhe reconhecemos direitos, mas também deveres, e sobretudo mérito pelas suas propostas e ideias”.
No entanto, “em pleno século XXI continuamos a deixar de lado a prioridade da sustentabilidade do nosso planeta e do modelo social evoluído e progressista em que nos inserimos”, conta. E diz mais: “se nada for feito no que toca ao melhoramento de políticas públicas que leve a um aumento de natalidade e que nos permita garantir a sustentabilidade do sistema em que vivemos, garantindo dignidade e oportunidades de vida para todos, sem exceção”, este tornar-se-á insustentável.
Segundo Alexandre Galiza, os jovens são “reconhecidos por não desistir, lutar pelos nossos próprios objetivos e mudar o rumo da nossa vida a qualquer instante em busca de um futuro mais próspero e de qualidade”. Esta máxima, defende, deve ser cumprida “reivindicando as prioridades junto do poder de decisão”.
Juventude pode ajudar a “prolongar tradições e reinventar costumes”
No caso específico da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, o jovem incentiva a “participação no movimento associativo, marcando presença no Conselho Municipal de Juventude”, bem como a dinamização de iniciativas em projetos como o Orçamento Participativo Jovem.
Apela ainda à participação “como observador nas Assembleias de Freguesia e Assembleia Municipal, ou seja, a participação direta nos órgãos onde se decide a aplicação do investimento público”, para que assim “as nossas prioridades se tornem prioridades comuns e não exclusivas e venham efetivamente a ser aplicadas”.
Sobre o que podem os jovens fazer pelas suas cidades, Alexandre é da opinião que “o não abandono do concelho e o investimento económico no comércio local são ajudas preciosas para um equilíbrio demográfico e desenvolvimento económico e civilizacional das comunidades locais”.
E porque o mundo de amanhã será da juventude de hoje, nos concelhos “os jovens podem lutar pela fixação da sua geração, procurando emprego qualificado e ajudando a comunidade local e envelhecida a prolongar tradições e reinventar costumes”, afirma.
O papel da juventude na sociedade é inegável. Nesse sentido, Alexandre remata: “gosto de rever o jovem de hoje em dia como aquele que define o que quer ser e fazer no amanhã”.