Aguçadoura vai integrar parque híbrido de energia português

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As ondas da Aguçadoura vão contribuir para o objetivo da União Europeia de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) anunciou, esta quinta-feira, que vai ser instalado um parque de energia das ondas de 1,2 megawatts.

A instalação surge no âmbito de um “projeto europeu de 45 milhões de euros de energia marinha EU-SCORES”, explica o Instituto, um dos parceiros portugueses da iniciativa, para além da EDP e WavEC. O objetivo é “mostrar os benefícios da produção de energia contínua, aproveitando fontes de energia complementares, incluindo vento, sol e ondas”.

Tirando partido destas fontes, será criado “um sistema de energia mais resiliente e estável, com maior capacidade de produção e a um custo mais baixo por Megawatt-hora”, diz o INESC TEC. Isto servirá para “fazer uso, pela primeira vez, do potencial em larga escala dos sistemas solares, eólicos offshore e das ondas”.

Segundo o comunicado, ao largo da Aguçadoura, a empresa CorPower Ocean Lda vai instalar “um parque de energia das ondas de 1,2 MW”, “o que permite obter dados científicos relevantes para análise, dada a proximidade ao parque eólico offshore”, em Viana do Castelo.

Em Viana, “será ainda instalado um hub que permite, entre outras, a possibilidade de ligação de um parque de 10MW de energia das ondas, tirando partido da infraestrutura submarina existente”.

Bernardo Silva refere que “a abordagem híbrida permitirá um fornecimento de eletricidade mais confiável e constante, já que temos diferentes fontes de geração de energia, e uma fonte pode compensar a outra quando a produção de uma delas for insuficiente”.

De acordo com o investigador do INESC TEC, “a utilização em simultâneo de infraestruturas elétricas críticas e a exploração de metodologias avançadas de operação e manutenção do parque híbrido, apoiada por sistemas autónomos inovadores, também trará benefícios ao nível da redução de custos por MWh”.

O projeto EU-SCORES é financiado pelo Horizonte 2020, programa de investigação e inovação, no âmbito do programa Green Deal da União Europeia. Também na Bélgica será instalado um parque híbrido – “um sistema fotovoltaico offshore de 3 MW num parque eólico fixo”.