DGS “a avaliar muito bem” os critérios de isolamento para vacinados

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Foto: POOL/JOÃO RELVAS/LUSA

O isolamento profilático de pessoas vacinadas está a ser alvo de avaliação por parte da Direção-Geral da Saúde.

Em entrevista ao Jornal Público, Graça Freitas avançou que “estamos neste momento a avaliar muito bem a questão das pessoas que ficam em isolamento profilático, no sentido de distinguir quem tem um contacto com uma pessoa doente e está vacinado de uma pessoa que teve esse contacto e não está vacinada”.

No entanto, as pessoas com risco associado, que poderão vir a ter doença grave caso contraiam o vírus, devem continuar a fazer isolamento profilático.

A medida será alterada, mas para isso influenciam “três fatores muito importantes”: a vacinação, a evolução da epidemia, e a entrada no inverno. A esta tríade, há que adicionar um quarto fator: a possibilidade de aparecimento de novas variantes, nomeadamente alguma “com competência para substituir a Delta”.

Mesmo que as regras do isolamento profilático mudem, Graça Freitas alerta que, se uma pessoa vacinada contactar com uma pessoa infetada, deve continuar a “monitorar o aparecimento de sintomas e diminuir o número de contactos desprotegidos”, para evitar o contágio a terceiros. “Isto não é tudo ou nada”, afirma.

Na mesma entrevista, Graça Freitas referiu que cerca de 80% da população portuguesa tem já a vacinação completa contra a Covid-19 e 85% já tomou pelo menos uma dose da vacina. A diretora-geral da Saúde disse ainda que a dose de reforço da vacina já começou a ser administrada a pessoas imunodeprimidas.

Sobre a entrada no outono e inverno, Graça Freitas adiantou que o relatório de situação, documento publicado diariamente pela DGS e que atualiza o número de infetados, mortes, internamentos e recuperados, vai começar a focar “na doença propriamente dita e não tanto na infeção”.

A periodicidade deve também ser alargada, para “libertar os portugueses desta carga que é recordar todos os dias quantos casos, quantos internamentos, porque isso também dá um peso à nossa vida”. Garante, contudo, que “sempre que acontecer alguma coisa inesperada comunicaremos”.