Câmara da Póvoa de Varzim reduz orçamento em 8 milhões de euros para 2022

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O executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim aprovou na terça-feira o orçamento para 2022, documento que contempla uma redução de 8,3 milhões de euros em relação ao do presente ano, anunciou Aires Pereira, presidente da autarquia.

Segundo o edil, a diminuição, que faz o orçamento passar dos 65,3 milhões de euros de 2021 para 57 milhões em 2022, é explicada pela perspetiva de execução de fundos comunitários europeus, que só estão previstos chegar em 2023.

“Estamos num ano de transição e a preparar as nossas propostas para o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e para o novo quadro de apoio Portugal 2030. Previa-se que pudéssemos apresentar as propostas já em junho [de 2022], mas já nos informaram que o processo só deve ficar concluído no início de 2023, o que torna o calendário de execução mais apertado”, explicou o presidente da Câmara da Póvoa e Varzim.

Ainda assim, Aires Pereira lembra que o documento contempla um total de investimentos de 16 milhões euros em obras, nomeadamente em vias rodoviárias, escolas, pavilhões, e na construção de um novo edifício para o Centro Hospitalar local.

O orçamento integra, ainda, uma verba de 150 mil euros para o fundo de emergência social do município, a que se junta, para 2022, um valor de 100 mil para o programa de apoio às rendas de famílias carenciadas.

Não há aumento de impostos

No âmbito dos impostos municipais e nos serviços de água, resíduos e saneamento, a autarquia decidiu não efetuar aumentos, continuando, também, a não cobrar derrama às empresas.

“Os aumentos nos serviços serão absorvidos pela Câmara Municipal. A autarquia continuará a abdicar de 1% do IRS, no valor de 586 mil euros, e a manter o IMI na taxa mínima [0,3%], o que significa cobrar menos 5 milhões de euros caso fosse aplicada a taxa máxima [0,5%]. É uma forma do município ajudar quem cá vive, trabalha e investe”, disse Aires Pereira

O orçamento da Câmara da Póvoa de Varzim para 2022 foi aprovado pelos sete votos dos elementos que compõe a maioria do PSD que governa o município, mas mereceu dois votos contra dos vereadores do PS, a única força da oposição representada no executivo.

“O PS entendeu que este orçamento que não está de acordo com as opções que apresentou no último ato eleitoral, mas acho estranho que não tenham apresentado sugestões para alterar o documento”, partilhou Aires Pereira.

Da parte dos vereadores socialista, João Trocado da Costa garantiu que não foi abordado pelo presidente da Câmara para apresentar propostas, considerando que assim não é possível encontrar “pontos em comum”.

“O principal projeto desta maioria é a demolição da praça de touros e a construção de um pavilhão multiusos. Embora o equipamento possa ser uma mais-valia, não nos parece que seja uma prioridade. Para o PS, temas como o desenvolvimento económico e a sustentabilidade ambiental seriam mais importantes. Vamos manter abertura para sermos escutados”, concluiu o socialista João Trocado da Costa.