O jogo da péla, uma tradição que “não se pode perder”

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Na Póvoa de Varzim, havia uma tradição que acompanhava todos os costumes associados à quadra pascal. Antes ou depois do compasso passar, no Domingo de Páscoa, muitos se juntavam na rua, organizados em duas equipas, para jogar à péla. O costume foi-se perdendo, mas há quem o queira recuperar. Um deles é a associação Juvenorte, que promoveu no Domingo de Pascoela um jogo para relembrar tempos antigos.

O objetivo do Jogo da Péla é simples: acertar num banco de madeira com uma bola, tradicionalmente feita de trapos. Outros pormenores, como as regras e a contagem dos pontos, já se estão a perder. Mas há quem não os esqueça.

Aos 82 anos, Ti Desterra ainda sabe “estas coisas da frente para trás”. Lembra-se de ser criança, “muito pequenina, com 4 ou 5 anos”, e ir para a rua jogar à péla. “Antigamente, jogava muta gente, não havia uma rua da Póvoa onde não se jogasse à péla”, conta.

Ainda hoje, Ti Desterra gosta de jogar à péla. Por isso, ficou feliz por poder jogar novamente, no Domingo de Pascoela. Só um aspeto a deixou triste: “reparei que há muito pouca gente que sabe jogar. O jogo da péla é uma coisa muito importante. Já se perderam outros jogos na Póvoa de Varzim, como o jogo do ar, que nunca mais se jogou. A Póvoa de Varzim tem tanta coisa, e o jogo da péla não se pode perder”.

Este texto faz parte de um artigo a publicar na próxima semana no jornal MAIS/Semanário, que poderá ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).