A Polónia condecorou postumamente com a Medalha Virtus e Fraternitas o ratense Pedro Correia Marques, em reconhecimento do seu trabalho jornalístico durante da II Guerra Mundial. Numa cerimónia intimista, com a presença de alguns elementos da Junta de Freguesia e membros da família do jornalista, foi apresentada a Medalha, que será exposta no Núcleo Museológico de Rates a partir de 4 de julho.
Neta de Correia Marques, Margarida Moreira Braun admite que “é muito emocionante” ver esta distinção, mesmo quase 50 anos após o falecimento do avô. “Faz com que a gente se sinta na obrigação de manter isso vivo”, acrescenta, até porque “é maior que nós”.
Também o presidente da Junta de Freguesia de Rates, Paulo João Silva, sublinhou o trabalho do conterrâneo, que classifica como “um motivo de orgulho para S. Pedro de Rates”. Citando a frase inscrita na medalha, lembrou que “a medida do Homem é a medida do seu coração, e Pedro Correia Marques ficou marcado por essa entrega de coração em defesa da paz”.
Pedro Correia Marques (1890-1972), natural da freguesia de Rates, Póvoa de Varzim, iniciou a sua carreira jornalística em 1909. Anos mais tarde, no jornal A Voz, onde assumiu a direção e o cargo de redator principal, descreveu diariamente a situação na Polónia, à altura ocupada pela Alemanha nazi. Através dos seus textos, apelava à ajuda humanitária e à liberdade do povo polaco.
A Medalha Virtus e Fraternitas foi entregue, no Palácio Belweder, Varsóvia, aos netos Margarida Moreira Braun e Pe. Lino Moreira. Foram ainda distinguidos postumamente com a mesma medalha os irmãos Aristides e César de Sousa Mendes, pelo apoio ao povo polaco e “para a manutenção da memória das vítimas de regimes totalitários”.