Associação organizadora da tourada em Vila do Conde interpõe ação judicial contra Câmara Municipal

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Luís Gusmão, da Juntos Pelo Mundo Rural, ao centro, ladeado por associados da organização e promotor do espetáculo

A Associação ‘Juntos Pelo Mundo Rural’ interpôs uma ação judicial contra o Município de Vila do Conde. Em causa está a não autorização por parte da Câmara Municipal da corrida de touros marcada para dia 23 de julho, na freguesia de Ferreiró.

Em conferência de imprensa na tarde desta quarta-feira, o presidente da associação afirmou que “repudiamos toda a conduta da Câmara Municipal de Vila do Conde sobre o pedido de licenciamento para este espetáculo tauromáquico” e que “a autarquia está a ir acima da lei”. Segundo Luís Gusmão, a tauromaquia está “devidamente protegida na Constituição Portuguesa” e “não existem exceções na lei”.

A ação judicial servirá, disse, para “defender o bom nome da tauromaquia”, visto que “cumprimos com todos os requisitos legais”.

“A praça cumpre com todos os requisitos, está devidamente licenciada, tem toda a documentação necessária para realizar este tipo de espetáculos. Desde 2010 que existe e nunca foi levantado um único problema, apenas a Câmara de Vila do Conde tenta, a todo o custo, dizer que ela não está legal”, garantiu Luís Gusmão.

Para o dirigente associativo, a recusa do Município é uma “decisão política”. “É tão política que o sr. presidente de Câmara decidiu fazer uma obra em frente à praça de toiros neste momento, numa estrada municipal que estava ótima, não carecia de nenhuma intervenção”, defendeu, considerando esta uma atitude de “má fé, maldade, mesmo para criar embaraço para a não realização de uma corrida de toiros em Vila do Conde”.

Luís Gusmão afirmou ainda que Vítor Costa terá dado um “ok verbal a várias pessoas” quanto à realização do evento. “Para nós, palavra dada é palavra honrada e cumprimos à risca aquilo que o sr. presidente da Câmara afirmou que dava autorização. Se à posteriori teve alguma pressão sobre este mesmo assunto, e tomou outro tipo de posição, é um problema que já não temos conhecimento porque depois nunca mais tivemos contacto algum”, alegou.

Mantendo a convicção de que a corrida se realizará no dia 23 de julho – mas salvaguardando que a decisão final estará encarregue aos tribunais – Luís Gusmão anuncia a realização de uma “manifestação pacífica a favor da tauromaquia” na “área envolvente dos terrenos onde se vai realizar o espetáculo”. Esta manifestação, avança, já é do conhecimento da GNR e da Câmara vilacondense desde o final de junho.

“Qualquer outro tipo de manifestação marcada para este mesmo local é considerado sabotagem. Existe lei, as autoridades estão atentas, devidamente comunicados desde o dia 27 de junho”, disse, referindo-se às duas manifestações anti touradas marcadas para o dia do evento.

Na foto, Luís Gusmão (ao centro) da Associação Juntos Pelo Mundo Rural, ladeado por associados da entidade e promotor do espetáculo.