O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ordenou a Associação ‘Tarecos e Patudos’, sediada na freguesia de Labruge, Vila do Conde, a encerrar o seu espaço de abrigo de animais até segunda-feira (25), informou a Câmara Municipal em comunicado enviado na terça-feira (26). Entretanto, em declarações ao Jornal de Notícias, a ‘Tarecos e Patudos’ esclareceu que lhe foram dados mais 10 dias para fechar as portas.
A associação tem feito, nos últimos dias, vários apelos a famílias de acolhimento temporário e adotantes para que acolham os animais ainda nas suas instalações. De acordo com a Tarecos e Patudos, criada há quatro anos, “tinha-nos sido dito que tínhamos até setembro para retirar do abrigo todos os animais e fechar a associação”. “Isto não se faz”, lê-se numa publicação no Facebook datada de sexta-feira.
O comunicado da Câmara diz que, após uma denúncia ao ICNF sobre a Associação relativa a “maus-tratos, falta de condições, contaminação do terreno e construção ilegal, em abril deste ano, foi convocada uma vistoria ao local”.
Aí, a Autoridade Veterinária Concelhia e o SEPNA-GNR não detetaram maus-tratos, mas foi verificada a “construção de uma fossa e jaulas não permitidas pela tipologia do terreno”, a “falta de análises à água”, a “inexistência de Sistema de Proteção contra Incêndios”, e “uma puxada ilegal de eletricidade que apresentava sérios problemas de segurança para os animais”, alega.
A Câmara diz que a associação foi informada que teria de encerrar o espaço e que foram solicitados “relatórios frequentes sobre eventuais adoções para acompanhar a situação e, até hoje, nenhum foi enviado”. Avança ainda que, após contactos com as associações MIDAS e Cerca, foi disponibilizado um apoio para o alojamento dos animais da ‘Tarecos e Patudos’ até que fosse garantida a adoção, mas que “a mesma recusou esse apoio”.
À reportagem do JN, uma das gerentes do espaço, Liliana Oliveira, admitiu que “recusamos a ajuda de retirar os animais daqui para outras associações”, mas porque estas “estão a abarrotar pelas costuras”. “Não aceitamos, nós queremos lutar por eles para que conseguíssemos uma família para eles e para não estar a encher as associações com outros cães, quando há imensos cães na rua para serem ajudados”, disse.