Ir para a escola de bicicleta já é o “hábito saudável” de alguns na Póvoa de Varzim

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Para fugir ao trânsito, para fazer exercício, ou simplesmente por prazer. As razões para escolher a bicicleta em detrimento do automóvel particular são muitas, mas a verdade é que cada vez mais pessoas, tanto alunos como professores e funcionários, optam por pedalar para as escolas.

No Dia Europeu sem Carros, que se assinala nesta quinta-feira, a Semana da Mobilidade da Póvoa de Varzim lançou um desafio à comunidade educativa: ‘Vem para a Escola de Bicicleta’. O MAIS/Semanário visitou duas escolas da cidade para verificar a adesão à iniciativa.

Os suportes para bicicletas da Escola Secundária Rocha Peixoto estão quase cheios, mas isso já é uma ocorrência regular. Sílvia Mineiro, porteira do estabelecimento, explica que “vejo alunos e professores todos os dias com bicicleta e trotineta, mas hoje até acho que vieram menos pessoas”.

A própria, que trabalha na Rocha Peixoto há três anos, não utiliza o automóvel particular no dia a dia. “Eu moro longe, por isso venho trabalhar de metro. Já não é tão poluente como o carro”, conta. E tem razão: ainda nesta quinta-feira, a Associação Zero alertou que “um único dia semanal sem carros nas principais cidades europeias poderá poupar entre 541 e 945 mil barris de petróleo”, o equivalente a “3-5% de todo o consumo de gasóleo e gasolina em meio urbano na Europa”.

Este costume, diz Sílvia, é algo incentivado pela escola: “os professores até dizem que estão tão habituados a pegar na bicicleta que até se esquecem do carro em casa. Só mesmo quando está a chover é que vêm de carro”.

“É um hábito saudável. Faz bem à saúde e ao ambiente”, termina.

Algumas ruas abaixo, na Escola Básico do Desterro, a quantidade de bicicletas guardadas à porta é significativamente menor. Mas faz parte da idade. “A partir dos 8, 10 anos, os pais já começam a deixar virem sozinhos para a escola, mas com os mais novos é complicado”, refere Laura Moreira, coordenadora da escola. No entanto, “temos pais que vêm trazer os filhos de bicicleta. É assim que se começa”.

De acordo com a coordenadora, o incentivo à mobilidade sustentável é uma política do Desterro, a partir de ações de sensibilização, como o projeto ‘É Bom Pedalar Aqui’, que serve para ensinar as crianças a circular nas estradas, e conversas com os pais para os “incentivarmos a usar as bicicletas, a andar mais a pé, a partilhar os transportes”.

“Estamos sempre predispostos a fazer o nosso melhor. Temos sorte com os pais que temos, que se preocupam com o ambiente, com o bem-estar das crianças. E nós também. Se a gente está bem no trabalho, está tudo bem”, sorri.