O ano de 2022 marca o centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís, figura incontornável da literatura portuguesa. Para marcar a efeméride, foi descerrada na frontaria do prédio Vila Myosótis, na Avenida Mouzinho de Albuquerque, uma das casas onde a escritora viveu, uma placa que assinala o marco.
Na cerimónia, realizada na manhã deste sábado, o vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, lembrou que Agustina “guarda muitas recordações” da Póvoa de Varzim. “Nos seus livros, ela expressa sempre o sentimento que tem por esta casa, pela Póvoa de Varzim, pelo Colégio das Doroteias, e descreve a Póvoa de Varzim como o espaço que marcou a sua adolescência e que foi marcante para a sua vida futura”, disse.
De acordo com o autarca, “quando fala dos poveiros, fala com um sentimento muito grande. As pessoas ligadas ao mar têm o coração ao pé da boca, são muito sinceros, muito verdadeiros, para além de corajosos”, frisou.
Descrevendo Agustina Bessa-Luís como “figura maior da literatura portuguesa do século XX”, a placa comemorativa afirma-se como uma “homenagem da cidade da Póvoa de Varzim no âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento”. O descerramento da placa marca o início destas comemorações, que se estenderão por um ano, adiantou Luís Diamantino.
“Vamos ter vários outros atos, na Póvoa, Vila do Conde, Esposende, Amarante, Porto e Vila Real. Alguns momentos muito importantes, para além da exposição [pela qual] a Póvoa é responsável em parceria com o Instituto Camões e que irá percorrer todas as terras que falei e também outras”, afirmou.
Agustina Bessa-Luís escreveu várias obras ao longo da sua vida, incluindo o romance ‘A Sibila’, ‘Vale Abrãao’ e ‘A Quinta Essência’. Foi reconhecida com muitas honrarias em vida, incluindo o Prémio D. Dinis, em 1980, o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários, em 1992, um Globo de Ouro, em 2002, e, em 2004, o Prémio Camões. Agustina faleceu em 2019, com 96 anos.
