Guarda-redes Ricardo volta a defrontar Benfica 16 anos depois: “Estou super motivado” (fotos)

0
3055

Terça-feira será certamente um momento importante para o Varzim e para a sua carreira. Volvidos 16 anos, o Ricardo volta, pelo Varzim, a defrontar o Benfica para a Taça de Portugal. Qual a perspetiva para este jogo? Antes de mais, será um jogo difícil. Sabemos que a responsabilidade está toda do lado deles. A nossa responsabilidade é tentar honrar o símbolo que temos ao peito e dar o melhor de nós. É um jogo da Taça, onde nós também já provamos que temos qualidade, e acho que também a equipa adversária já está sobreaviso sobre isso. Vai ser uma festa bonita.

Este é um jogo totalmente diferente daquilo que tem vivido ao longo da época? Logicamente que sim. Não só pelo mediatismo, porque estamos a competir na Liga 3. Não defrontamos habitualmente equipas dessa dimensão, com todo o respeito pelos outros. É o mediatismo que temos de jogar contra um clube como o Benfica.

Como tem sido abordado este desafio no balneário, depois do jogo em Fafe? Nós temos aqui um lema que é o nosso: O jogo mais difícil é sempre o próximo. Neste caso é o Benfica, como anteriormente tinha sido o Fafe. Enfrentamos todos os adversários da mesma maneira e agora se tivemos um jogo difícil, sabemos que o seguinte não vai ser nada fácil. Acho que também já tivemos esse sentimento, porque já defrontamos um grande na Taça (Sporting), e não é novidade nenhuma para nós. Por isso, acho que estamos mais preparados para defrontar o Benfica.

Desta vez o jogo é na Póvoa de Varzim, em vez de ser em Barcelos. Receber um grande com casa cheia e um ambiente diferente, também é importante para os adeptos do Varzim? Claro que sim. O ambiente que se cria no Estádio do Varzim é um ambiente diferente. Os nossos adeptos são fervorosos, acompanham sempre e para eles também é um jogo bonito. É um jogo que toda a gente gosta de ver e acho que eles estarão lá, em massa, para nos apoiar e criar um ambiente que para nós poderá também ser muito importante.

O sonho pode transformar-se em realidade e ultrapassar o Benfica? Sim, claro. Nesta profissão e ainda por cima na Taça, existem sempre surpresas. Nós vamos tentar fazer mais uma, sabendo que não é nada fácil. Do lado do Benfica há uma maior pressão para ganhar. Por isso, vamos tentar fazer o nosso melhor e honrar o símbolo que temos ao peito. No fim fazem-se as contas.

Com a sua experiência na baliza do Varzim, aliado a que esta época tem sofrido poucos golos, é possível manter esse registo frente ao Benfica, mantendo essa organização defensiva? Sim. Isso não é só do Ricardo, mas de toda a equipa, porque quando defendemos, defendemos todos e por isso acho que nesse aspeto temos estado muito bem. Também muito mérito da equipa técnica que trabalha muito bem esses aspetos defensivos e logicamente que se calhar vamos ter mais trabalho neste jogo, porque o Benfica vai ter que assumir o jogo e vai ter mais volume ofensivo, mas estamos preparados para isso.

16 anos depois, volta a defrontar o Benfica com as cores alvinegras. Como foi esse jogo e essa vitória? Há sentimentos diferentes. Na altura era um menino, como se costuma dizer. Era a primeira vez que ia defrontar um grande na minha carreira. Logicamente que a perspetiva de ver as coisas com a experiência hoje é muito diferente. Tento também transparecer um bocado dessa experiência para os meus colegas que se calhar ainda não jogaram contra um clube desta dimensão. Agora há mais tranquilidade, será um jogo completamente diferente e que vai ter outra história, mas esperemos que o resultado final seja idêntico.

Ricardo fez uma grande exibição frente ao Fafe. Como é que aos 40 anos consegue manter uma boa forma física e de visão de jogo? Sinto-me bem. O importante é estarmos bem fisicamente e mentalmente motivados. Estou super motivado. Gosto daquilo que faço, onde estou e onde eu queria estar. Trabalho todos os dias para me manter bem e para chegar aos jogos e corresponder e ajudar a equipa.

Depois de ter vivido uma época ingrata na última época, esta temporada está a ser diferente, apesar de estar numa liga inferior. Pode esta equipa cumprir os seus objetivos, que passa pela subida de divisão? Sim, é para isso que estamos cá. Esse é o nosso grande objetivo este ano, não é a Taça de Portugal, é subir de divisão. Assumimos como candidatos, sabemos que é uma tarefa difícil e há no longo caminho a percorrer, mas temos que trabalhar diariamente para tentar atingir esse objetivo, porque é o objetivo do grupo, é o objetivo dos adeptos e é onde o clube merece estar no patamar profissional.

Apesar de o Varzim estar numa liga 3, como analisa a atual união/simbiose entre a equipa, estrutura, o clube e os adeptos? Sim, é verdade, tem existido uma simbiose muito grande, mas eu também acho que existiu sempre. Mesmo na época passada as coisas não estavam a correr bem, mas sempre tivemos grandes casas na Póvoa. Os adeptos sempre nos acompanharam para todo o lado. Acho que não foi por eles que as coisas deixaram de correr. Aliás, foram um grande incentivo, sempre. Logicamente criticando quando têm de criticar, porque eles também são uma massa adepta muito crítica, e acho que assim tem que ser. É exigente. Para nós essa pressão é boa, porque não nos deixa adormecer. A massa adepta do Varzim é conhecida por essa dedicação. Não é só deste ano, sempre foi assim em outros anos e outras gerações. Fotos MAIS/Semanário e Varzim SC.