O Varzim inicia este sábado, pelas 15h, em São João de Ver a fase da manutenção. O treinador do Varzim, Bruno China espera que a equipa esteja bem e consiga um bom resultado. Leia o que disse o técnico da conferência de imprensa realizada ao final da manhã desta sexta-feira, no estádio do clube poveira, que respondeu a todas as perguntas.
O Varzim não entrou na fase seguinte de subida e vai jogar a fase da manutenção. Qual o seu sentimento como treinador, uma vez que fez apenas os últimos jogosda 1ª fase? O meu sentimento é como o de toda a estrutura e jogadores. Claro que estamos desiludidos, frustrados e tristes porque era um objetivo que queríamos atingir. Queríamos estar na fase de subida e lutar pelo objetivo que foi proposto desde início pelo clube. Infelizmente não conseguimos. Agora, como todos sabemos o futebol é isto. Vocês sabem que na primeira divisão, por exemplo, há sempre três candidatos ao título e um será campeão e os outros dois também não conseguem o seu objetivo. E aqui foi o que aconteceu. O objetivo do Varzim era a subida de divisão. Não vai ter essa possibilidade. E agora temos que encarar esta fase da melhor maneira possível e conseguir o objetivo que nos falta conseguir, que é a permanência.
Numa das últimas conferências de imprensa abordou que, relativamente à pressão pela positiva, quando se joga para subir, e que sucede o contrário quando se luta por não descer. Como está a equipa motivada agora para lutar por uma manutenção? Há uma pressão diferente? Sem dúvida. Concordo e disse aqui que é muito mais saudável lutar para ser campeão, lutar para subir de divisão. Já tive essa experiência, já estive na situação de lutar para ser campeão, de subir de divisão e na experiência de lutar para não descer a divisão. E é muito mais saudável jogar para subir. O espírito é muito mais fácil para ser bom, para se conseguir trabalhar, para se conseguir jogar. Agora, este é o cenário. Temos que o encarar de frente e temos que ser homens. Temos de ter coragem e encarar esta fase da melhor forma positiva, e no final temos que conseguir o único objetivo que resta, que é a permanência. Tão simples quanto isso.
Como é que o treinador nestas semanas, depois de uma grande desilusão, motivou os jogadores? Como é que está o estado de espírito da equipa dos jogadores? Infelizmente não se conseguiu o objetivo. Acho que o luto já teve que ser feito, já tivemos que fazer o luto e o que está para trás, já não conseguimos mudar, já não adianta pôr as mãos na cabeça, chorar. Poderíamos até fazer falar em fazer isto e aquilo que podíamos ter feito diferente. Não adianta, já não vai mudar nada. Temos que olhar em frente. Neste momento, a única coisa que podemos fazer é escrever a nossa história. Daqui para a frente o que está para trás já não o podemos mudar. O futebol é isto e já usei o exemplo da primeira divisão. Na primeira divisão arrancam sempre 3 a 4 equipas, mas só uma é que vai ser campeão, outras duas ou três vão ficar sempre frustradas, mas no ano a seguir têm uma nova oportunidade para ser campeões. O Varzim é a mesma situação. Este ano não conseguiu, infelizmente para todos nós, estruturas, jogadores, técnicos que passaram por aqui, mas seguramente para o ano terá uma nova oportunidade. E é assim que temos que encarar o futebol. O futebol é isso. Tem uma coisa boa no ano a seguir pode nos dar sempre uma nova oportunidade.
E amanhã frente ao São João de Ver vai manter o mesmo sistema de jogo? O Varzim vai entrar para controlar o jogo. Qual é a perspetiva que tem? A nossa forma de trabalhar não vai mudar só por estarmos numa numa fase diferente. Não faz sentido. Acreditamos naquilo que estamos a fazer e por isso não nos interessa mudar o caminho. Acho que a equipa teve três jogos em que foi crescendo. Do primeiro para o segundo jogo esteve em crescente. Com o Canelas, esteve em crescendo e em Paredes não correspondeu tanto às nossas expectativas, por um motivo ou por outro, não vale a pena aqui estar a explicar e a detalhar, mas a nossa maneira de falar, de trabalhar, será sempre que acreditamos no caminho e será sempre esse que que o vamos traçar. Dou o exemplo e isso serve de exemplo para mim. O Rúben Amorim foi campeão há dois anos. Este ano está em quarto lugar. Já tem que mudar tudo?. Já tem que mudar a sua forma de trabalhar só porque já não está a conseguir os seus objetivos? Não me parece que faça muito sentido isso.
Este sábado vai jogar contra uma equipa que ganhou duas vezes ao Varzim na primeira fase. Que Varzim para contrariar isso? O São João de Ver é uma das equipas que também fez uma aposta para subir. Na minha opinião, parece-me que em termos de orçamento e de plantel, parece-me das melhores equipas desta Liga 3. Se calhar é aquela equipa, tal como o Varzim, que está com a sensação agridoce de que podia ter feito, podia ter feito mais e chegado à fase de subida, porque acho que o objetivo deles era esse. É uma equipa com qualidade que nos vai seguramente causar dificuldades, como já causou no passado. Mas acreditamos, tal como eu disse, acreditamos no caminho e no trabalho que estamos a fazer e acreditamos que amanhã vamos conseguir um bom resultado.
Quais são os indisponíveis para o jogo de sábado? Eu não quero passar por cima da estrutura do Varzim. Isso tem que ser comunicado por quem de direito, porque eu não vou passar por cima do médico, dos fisioterapeutas, nem da administração e da direção desportiva, porque eles é que fazem a comunicação dessa situação para fora. Não teria qualquer problema, mas não quero passar por cima deles.
O que pode dizer aos adeptos do Varzim? Que estamos tão frustrados quanto eles porque sei que eles são apaixonados pelo clube e vivem isto de uma forma muito intensa e sei que viveram uma desilusão muito grande, tal como nós a vivemos agora. Tal como eu disse, o futebol tem isto. Para o ano, se Deus quiser, vai ter o Varzim uma nova oportunidade para subir de divisão. E que agora, nesta fase de permanência, que nos ajudem como fizeram até aqui, para conseguirmos o nosso único objetivo, que é a permanência. Que continue com o mesmo apoio que nestes quatro jogos que estive cá. Foram exemplares no apoio, na paixão pelo clube.