“Vamos a Fafe para ganhar e o Varzim não tem que ter medo de jogar em lado nenhum” frisa Vítor Paneira

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O Varzim joga em Fafe, este sábado, a partir das 17h30, para a 3ª jornada da fase de manutenção da Liga 3. É o primeiro de 4 jogos que Vítor Paneira tem frente, e adianta: “Quero ganhar os quatro jogos”. Leia o que disse o treinador recém-chegado ao clube, depois de uma primeira passagem há nove anos atrás.

Alguns dias de trabalho, qual a primeira ideia ou mensagem? Como sentiu a equipa? Sinceramente, não estava à espera de uma equipa tão disponível. Eu vim para cá porque alguma coisa se passava, mas noto que a equipa está mentalmente muito forte. Acho que a equipa soube reagir a este momento também, e aquilo que me dizem é que o jogo devia ter sido já na segunda-feira. Estamos aqui há 5 dias à espera de um jogo que todos nós desejávamos que já fosse realizado na segunda-feira passada.

São seis jogos consecutivos sem qualquer vitória para o Varzim. O que fazer para mudar o chip para a vitória? Isso é passado, não vamos agarrar aquilo que se passou no Varzim. Fica ligado à história do Varzim, mas a mim sinceramente não estou preocupado, desde o primeiro dia em que entrei aqui, se o Varzim está com esse índice de derrotas ou não. Vim aqui, peguei na equipa, tenho quatro jogos, quero ganhar os quatro jogos, foi isso que os jogadores se comprometeram comigo. Vamos a Fafe para ganhar, é isso que nós queremos, vamos ser fortemente representados pelos varzinistas, pelos lobos do mar, que estarão na banca a transmitir-nos tudo aquilo que nós necessitamos para ganhar o jogo e vamos ganhar o jogo.

É um regresso a uma casa que bem conhece. Quais são as principais diferenças que encontra neste Varzim? Já vai uma distância de 8 ou 9 anos de quando eu estive cá. O Varzim está completamente mudado, para muito melhor. Não esperava, as pessoas falavam que estava muito mais organizado, mas há sempre informação que sai porque convém sair para fora. Eu constatei uma realidade de uma equipa completamente profissionalizada. O clube está dotado de um rigor, de uma profissionalização enormíssima. Tenho de dizer que me surpreendeu. Quem apanhou há 8 ou 9 anos atrás, está 100 vezes à frente do que apanhei. Agradeço estas condições. Acho que os varzinistas devem estar orgulhosos daquilo que temos agora no Varzim. E falo temos porque eu sou varzinista, também quero ser varzinista, faço parte desta equipa, desta massa associativa, faço parte deste clube. Fico muito satisfeito por nós hoje sermos um clube dotado de condições extraordinárias, muito superiores e posso dizer isso porque ando pelos campos todos deste país, que maior parte dos clubes que estão na segunda liga, a grande maior parte, e alguns da primeira liga. Isso não é desculpa, isso é bom, o Varzim cresceu nesse aspeto e necessitaria há muito tempo de crescer nesse em particular. Agora, nós temos de fazer o resto do trabalho, e o nosso resto do trabalho é jogar bem, é ganhar, é jogar com garra, jogar para vencer, sem medo de nenhum campo. Qualquer campo que a gente vá, nós somos Varzim, não temos de ter medo.

No seu passado, como jogador mas também como treinador, a ideia geral é que joga sempre para ganhar o jogo, ao ataque, não tem medo de o fazer. Presumo que vai tentar incutir isso na equipa. A nível do sistema de jogo e sistema, o treinador está a tentar preparar ou vai depender das características dos jogadores? Tudo sempre depende do que são as características dos jogadores. Esta equipa jogou numa defesa numa linha a 3 com o Margarido, depois começou a jogar no 4-3-3 com o China. Eu acho que esta equipa e este clube, desde sempre, foi um clube de 4-3-3. As grandes referências deste clube passaram sempre por esse tema de jogo. Eu vou manter aquela linha que temos, dentro daquilo que são as características dos jogadores, e vamos incutir isto, de jogar sem medo. O Varzim não tem que ter medo de jogar em lado nenhum, o Varzim é um grande clube deste país, é uma grande instituição. Está adormecida, vamos acordá-la e vamos por aí acima. Nós sabemos que queremos transportar o Varzim para os campeonatos profissionais rapidamente. Portanto, temos de ganhar em Fafe. Fafe tem uma grande equipa, tem um excelente treinador que, na minha opinião, já deveria treinar em divisões mais acima, porque merece e tem qualidade para isso. Mas nós somos uma equipa que estamos carenciados de pontos, queremos ganhar. Estamos com fome de ganhar, fome de entrar em campo, fome de dar vitórias aos nossos adeptos. O passado para mim… A partir do dia de segunda-feira que fechei com o Varzim, é o presente, é aquilo que vale, é aquilo que eu quero, que a massa associativa quer. Portanto, vamo-nos focar, já estamos focados a mil, estamos com uma atitude muito competitiva nos treinos, nota-se uma alegria, nunca perguntei o que se passou para trás nem quero perguntar, não tenho nada a ver com isso. Os meus colegas de trabalho, de profissão, quer o Margarido quer o Bruno, fizeram certamente o melhor pelo Varzim e tentaram dar o seu melhor. Já aconteceu comigo, às vezes as coisas falham. Mas temos agora de dar a volta e o Varzim tem de se focar no presente, e o presente é isto, é Fafe, já o próximo jogo. Entrar sem medo, jogar para a frente, jogar sem medo, ser uma equipa organizada, e jogar à Varzim. Sem medo nenhum. É isso que esta equipa me ensinou, que esta massa associativa sempre me pediu, sempre fizeram isso, gostam de um Varzim a jogar para a frente sem medo nenhum, e é isso que vamos fazer. Vamos transformar este Varzim num clube ganhador, com sede de vitória e rapidamente conseguir a manutenção.

Por aquilo que diz, pelas suas palavras, espera amanhã um Varzim mais dominador e um Fafe retraído? Não. Eu espero um Fafe dentro daquilo que é a sua imagem. Até porque o Fafe tem três jogos em casa e quer resolver rapidamente a sua situação. Nada melhor que encontrar já o Varzim e tentar resolver. Eles não vão sair daquilo que é o seu jogo, mas nós vamos alterar aquilo que é a capacidade do nosso jogo, é isso que nós queremos, queremos ser uma equipa a jogar mais no meio-campo do adversário, com bola, a pressionar, a jogar, e a fazer mossa na equipa adversária. Naturalmente que eles têm muita qualidade na frente, nós sabemos disso, também no meio-campo, têm um ex-jogador meu de muita qualidade. Eu respeito muito todos os adversários do Varzim, mas a minha preocupação é o Varzim. Somente o Varzim. Claro que estudamos ao pormenor a equipa do Fafe, vamos estudar a do S. João de Ver e do Montalegre, mas o nosso foco é a nossa equipa, dar-lhes aquilo que a equipa necessita para os jogos, e acima de tudo soltá-los. Eles têm muita qualidade, todos eles já se comprometeram com isso, percebem que são jogadores de grande talento. O Varzim constituiu um excelente plantel, as coisas não surgiram, mas vão surgir agora se Deus quiser.