Que época de sofrimento!…

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A época futebolística de 2022/23 foi de autêntico sofrimento para os varzinistas. Há quem diga que foi uma época para recordar pela negativa, mas também pode servir de exemplo para o futuro. Já não bastou a equipa ter caído na III Liga (mau exemplo da época anterior), agravando-se depois um sofrimento que durou até ao último instante de um 2022/23 que tanto abalou o coração dos varzinistas. Ouviu-se várias vezes dizer que eles não mereciam tamanho castigo. Que o clube não merecia ter tantos altos e baixos na sua dolosa caminhada. Precisamente em que mais se fez notar a mobilização registada numa família que sempre acreditou em melhores dias e intercalava as alegrias das vitórias com a tristeza dos desaires. Falta de apoio nunca foi negado à equipa. Esta é que se por vezes transmitia confiança em melhores dias, de um momento para outro tudo se alterava.

Façamos as contas no deve e haver e chega-se à conclusão que até teria sido a época mais dispendiosa para os varzinistas, para corresponderem ao que lhes era praticamente exigido em nome do amor clubista. Com constantes despesas financeiras, em deslocações, embora por vezes suavizadas com ajudas do próprio clube. Para já acabou tanto sofrimento. Não sem antes se ter sofrido um susto de todo o tamanho nos últimos instantes do jogo decisivo da permanência na III Liga, chegando a por em perigo uma posição que acabou por ser um mau menor. Valeu a corajosa defesa do guardião poveiro Ricardo Nunes, ele que foi o maior herói para evitar o que por vezes parecia não ter solução válida. Ricardo, poveiro de nascimento, varzinista de quatro costados, soube pagar ao clube a sua iniciação futebolística, e quantas vez pagar “com juro”, tal foi elevada a sua presença em defesa das cores do clube e da própria terra que o viu nascer há quatro décadas.

Depois de tantas ambições desfeitas, depois de tanto se ter intercalado momentos bons com outros indesejáveis, a época futebolística terminou. Agora resta lançar contas ao futuro. Mantém-se de pé a promessa do presidente Edgar Pinho (um autêntico poço de sofrimento e até de incompreensões) de que o seu mandato (ou futuros mandatos) não terá um fim que não seja ver a equipa em patamar mais adequado ao seu nome e ao da própria terra. Uma promessa que até tem sido bastante divulgada por quem tanto tem lutado para a cumprir dentro do seu plano de trabalhos.
Não basta criar ambições nem suportar desejos que não sejam só dos varzinistas. Segundo é voz corrente, tem de haver uma limpeza praticamente radical, no plantel e em muito mais que o rodeia e tem rodeado. É tempo para montar uma estrutura que possa, de facto, transmitir confiança para o futuro.

Terminada a “época do sofrimento” espera-se outra onde não se vejam tantas alterações, quer no plantel quer nas equipas técnicas, que não seja preciso recorrer à troca, por três vezes, de treinadores que, como se sabe, não pode criar a necessária estabilidade. Nesta hora, é digno reconhecer o trabalho de Vitor Paneira, autêntico “salvador da pátria varzinista”. Foi a terceira escolha, mas a que melhor resultou. Ele já disse publicamente que se vai manter à frente dos destinos técnicos para que seja cumprido o fim desejado. Para isso de certeza que nesta hora já se deve estar a fazer a necessária “sangria”. Deseja-se que seja frutificante. Cá estaremos para dar conta do que é possível saber-se quanto à nova temporada.

Já basta de tanto sofrimento durante tantos dias e meses de uma temporada futebolística que tanto abalou os corações dos varzinistas!… Opinião Luís Leal – ‘O Meu Cantinho’. Fotos Varzim SC

Vítor Paneira, foi um dos três treinadores que lideraram a equipa na época 2022/2023