Associação de Vila do Conde organiza torneio para ajudar enfermeira diagnosticada com cancro

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A Associação Desportiva de Árvore Forças Segurança Unidas (ADAFSU) vai promover um novo torneio solidário de futsal. Desta vez, a iniciativa vai servir para ajudar Ana Rita Campos, enfermeira e mãe de duas crianças, que foi diagnosticada com carcinoma invasivo da mama bilateral.

O torneio ‘Juntos pela Rita’ vai ter lugar no Pavilhão do Ginásio Clube de Odivelas, durante o dia 1 de julho. É o segundo torneio organizado pela ADAFSU fora de portas, de Vila do Conde. Bruno Brini, presidente da associação, mostra-se motivado. “O nosso torneio é mais uma ajuda. Queremos que esta causa seja um alerta para outras Ritas que possam vir a aparecer”, contou-nos.

Podem participar no torneio equipas masculinas das forças de segurança, PSP, GNR, profissionais de segurança privada, bombeiros, INEM e convidados, num total de 10 equipas.

Para além do torneio, no Pavilhão vai existir um bar e será feito um sorteio de camisolas de clubes que se associaram à causa, incluindo “pelo menos dois grandes clubes de Portugal”, adianta Bruno. Tudo reverte para a mesma causa: ajudar Rita.

A ADAFSU já tem local onde ficar em Odivelas, graças à ajuda dos Bombeiros da terra. De momento, “estamos a tentar arranjar um apoio para as despesas da viagem”, explica Bruno.

Ana Rita Campos admite ter ficado “muito surpreendida e ao mesmo tempo sensibilizada com a iniciativa”. Acima de tudo, está contente, contou ao MAIS/Semanário: “vai ser uma grande ajuda para a angariação de fundos. Estou super grata por tudo o que têm feito. Tem sido fantástico”.

A cerca de um mês do torneio, mostra-se com “grande expetativa” e com a certeza que “vai correr tudo bem. Vai ser muito bom juntar todos e ver a generosidade das pessoas”.

Petição pública para pedir comparticipação de medicamento como prevenção

Rita tem 41 anos, é casada e tem dois filhos, de 3 e 6 anos. É enfermeira há 19 anos. Foi diagnosticada com carcinoma invasivo da mama bilateral em 2022, tendo já sido submetida a quimioterapia neoadjuvante, mastectomia bilateral e posterior linfadenectomia axilar à esquerda e radioterapia.

Porque, no seu caso, existe um risco elevado de, nos próximos 10 anos, ter recidivas da doença noutro local, foi proposta para realizar mais um tratamento durante dois anos com o medicamento Abemaciclib, em combinação com hormonoterapia.

No entanto, o SNS não tem indicação para utilizar este medicamento na prevenção de recidivas – é apenas comparticipado para tratamento paliativo. O medicamento custa cerca de 3.500 euros por mês.

Ana Rita Campos já criou uma página no site GoFundMe, à qual pode aceder clicando aqui, com o objetivo de arrecadar os 84 mil euros necessários. Entretanto, já juntou mais de 68 mil euros.

A enfermeira iniciou também uma petição pública para pedir a comparticipação do Abemaciclib como prevenção de recidivas do cancro da mama. Como nos explicou, “eu estou a lutar para ter o tratamento, mas há mais mulheres na mesma situação que eu. Este medicamento pode fazer a diferença na prevenção de recidivas e no aumento da expetativa de vida. Faz todo o sentido o SNS comparticipar para todas as mulheres que precisem”.

O objetivo de Rita é levar a petição à Assembleia de República, porque acredita que se deve “investir na prevenção, e não pensar só quando é um caso paliativo”.

A petição pública de Rita pode ser consultada aqui.