Em entrevista exclusiva, Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim esclarece ao MAIS/Semanário que as Festas de S. Pedro “são ‘o’ evento cidade, a nível nacional e internacional”.
As Festas de São Pedro são, efetivamente, a marca do concelho para atrair mais turismo à Póvoa de Varzim? Naturalmente, as festas de São Pedro são “o” evento cidade, a nível nacional e internacional. É uma festa muito nossa, distintiva e que traduz bem o que é isto de ser poveiro. Uma marca com mais de 60 anos, atrativa e que toda a gente conhece em todo o País. Quando falamos de Santo António, falamos de Lisboa, quando falamos de São João, falamos do Porto e quando falamos de São Pedro, falamos naturalmente da Póvoa de Varzim.
Por isso, junho é sempre uma altura em que a nossa cidade ganha mais visibilidade e, tratando-se também do início do verão, é uma época muito importante sob o ponto de vista económico pela movimentação de traz aos nossos centros e praias.
Atrever-me-ia a dizer até que junho é, talvez, o mês mais marcante para a Póvoa de Varzim. Começamos com a festa das associações no Parque da Cidade – “Os Dias no Parque” – que, este ano, registou a maior enchente de todas as edições. Logo depois, temos o Dia da Cidade que, este ano, foi particularmente importante pois assinalou os 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a cidade. E terminamos o mês, em grande, com as festas de São Pedro.
Este ano, assinalam-se 61 anos desde que foram criadas as Festas de S. Pedro. Assistimos a uma evolução das mesmas ao longo de décadas. As Festas ainda podem crescer e tem alguma perspetiva do que ainda pode ser feito? Digamos que as festas de São Pedro atingiram agora um modelo que nos satisfaz. Com mais ou menos componente musical, aquilo que nos importa, como disse há pouco, é a base bairrista e a afirmação de ser poveiro. Aliás, foi essa a razão que nos fez, este ano, recuperar o Cortejo de Usos e Costumes, para manter bem viva a tradição. Acima de todos os tipos de animação está a tradição. E acima de todo o bairrismo está o respeito pela Póvoa de Varzim.
E não descuramos disto, mesmo quando reivindicavam música até mais tarde, impusemos um controlo para proteger a natureza e essência das festas de São Pedro: as pessoas, a nossa história e as nossas tradições. E fazemo-lo porque nos importa muito a festa no bairro e não tanto a festa daqueles que vêm de fora, mas que não participam nas tradições.
E, portanto, tivemos que estabelecer limites de funcionamento a uma festa que deve ser tradicional e, vou ser sincero, continuaremos a fazê-lo sempre que necessário. Então, digamos que o modelo atual está encontrado e definido, com mais ou menos novidades dependendo dos anos, desde que estas não desvirtuem a sua originalidade.
Este texto faz parte de um artigo publicado no jornal MAIS/Semanário, de 22 de junho, que pode ler na íntegra na edição papel ou na edição digital (PDF).