O Centro Hospitalar e Agrupamento de Centros de Saúde da Póvoa de Varzim/Vila do Conde fazem um balanço positivo do projeto-piloto ‘Ligue Antes, Salve Vidas’, há quatro semanas em vigor. De acordo com um comunicado enviado pelas entidades, o projeto registou “ganhos”, com “mais doentes encaminhados, menos pulseiras verdes e azuis, e mais consultas realizadas nos Cuidados de Saúde Primários”.
O número de utentes reencaminhados, diariamente, pela Linha SNS24 para o serviço de urgência “praticamente duplicou, passando de 30 para 60 utentes”, lê-se na nota. Foi verificada também uma “redução diária da atribuição das pulseiras verdes e azuis, passando de 39 para 34% do total de doentes que recorrem” às urgências.
“A valência da Consulta Aberta para Doentes Crónicos Complexos, que tem a ver com o encaminhamento de utentes entre o ACES e o Centro Hospitalar, regista assinalável sucesso”, dizem, sendo que a Consulta de Psiquiatria regista uma ocupação superior a 50%.
O comunicado avança que “2.198 doentes tiveram consulta agendada pelo SNS24 nos Cuidados de Saúde Primários”, 90% dos quais num prazo de um dia.
“Dos 6.128 doentes triados pela Linha SNS24, mais de 10% permaneceu em autocuidados”. Destes, 27% tinham a intenção de se deslocar aos cuidados de saúde primários e 12% ao serviço de urgência.
Passado praticamente um mês, e dados estes resultados, o projeto “vai agora evoluir para o aperfeiçoamento da convergência da triagem da Linha SNS 24, feita à distância, com a triagem física, operada no Centro Hospitalar, salvaguardando sempre a natural margem de discrepância inerente à avaliação de sintomatologia feita à distância”.
Para o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, “todo este projeto visa dar uma resposta mais adequada às necessidades de saúde de cada um dos utentes e não restringir o acesso dos mesmos aos cuidados de saúde”. “Ligar para o SNS 24 permite estabelecer uma triagem imediata e esse facto consolida uma importante e segura mais-valia, não só para o doente, como para todo o sistema de saúde”, diz Gaspar Pais.
Já a diretora executiva do ACES frisa que o projeto ainda está no início, pelo que “há agora um caminho que se consolida na necessidade de o estabilizar e otimizar, de forma que se traduza em ganhos para os doentes e os profissionais”. Segundo Judite Neves, “pretende-se aumentar a literacia dos utentes, privilegiar o uso do SNS 24, para que os mesmos sejam orientados de acordo com a sua situação clínica mais adequada: permanecer em autocuidados, agendar consulta nos Cuidados de Saúde Primários, ou ser encaminhados para Cuidados Hospitalares”.