Celebra-se esta terça-feira, 5 de setembro de 2023, o 25º aniversário do Monumento ao Emigrante em Laúndos. Nesse mesmo dia, há um quarto de século, foram também inauguradas a Capela da Memória e Via-Sacra, bem como a remodelação por completo dos jardins e escadório de São Félix e pintura da Capela de São Félix. Também no mesmo dia, em Amorim, foi inaugurada a remodelação da Igreja Paroquial.
O Monumento ao Emigrante simboliza todos os emigrantes portugueses, mas tem como inspiração a partida do emigrante poveiro Manuel Giesteira e sua família para o Brasil, em 1955. Manuel Giesteira, aliás, foi o financiador da obra, que custou 200 mil contos (um milhão de euros).
“De longa data, sonhava que um dia iria construir, nesta cidade da Póvoa de Varzim, uma obra que fosse uma homenagem a todos aqueles que desta terra saíram pelos mais variados motivos, em busca de uma vida mais digna para si e para o seus familiares”, disse na altura o emigrante natural de Aguçadoura, “aqueles que tiveram necessidade de emigrar, com todas as dificuldades e lutas que enfrentaram logo nos primeiros momentos da saída, mares bravios e agitados, caminhos e atalhos desconhecidos e cheios de perigo, noites mal dormidas e, às vezes, ao relento, tendo como cobertor as estrelas do céu”.
As esculturas, dois adultos e três crianças, traduzem a partida de uma família para um país desconhecido, à procura de melhor qualidade de vida, deixando amigos, família, e a terra natal.
O monumento foi feito a partir de 100 toneladas de granito e 1.200 quilos de bronze e levou dois anos para ficar pronto. A festa de inauguração reuniu 20 mil pessoas e contou com a presença da cantora Dulce Pontes, danças típicas portuguesas e fogo de artifício.
Na base do monumento, encontra-se uma placa que resume a homenagem: “Aos filhos desta Terra que foram, lutaram e voltaram, e aqueles que foram, lutaram e não voltaram, mas deles não esqueceremos!”.
Manuel Giesteira mudou-se para o Brasil na década de 50 do século XX, juntamente com a sua família, e foi residir na cidade de São Paulo, onde o seu pai fazia limpezas numa agência bancária.
O aguçadourense formou-se aos 22 anos em advocacia, tendo trabalhado num Banco. Chegou a ser gerente geral de operações do extinto Banco Português do Brasil e, aos 24 anos, foi nomeado advogado chefe do mesmo banco.
Entre a acensão como professor e profissional, Manuel Giesteira exerceu as duas atividades até aos 52 anos, altura em que ingressou na atividade empresarial. Possuiu empresas de participações e empreendimentos e foi acionista de vários bancos e empresas industriais brasileiras.
Na Póvoa de Varzim, para além de financiar e inaugurar o Monumento ao Emigrante, foi o único financiador, entre abril de 2002 e agosto de 2009, do Coral Amorim & Laúndos Ensemble.
A filantropia de Manuel Giesteira estende-se ao Brasil, onde abriu um instituto filantrópico em Guarulhos, em São Paulo. Entre outros momentos, destaca-se o dia 26 de novembro de 2011, com a inauguração da Passarela Manuel Giesteira na Avenida Washington Luis 5659, numa iniciativa da Associação dos Poveiros de São Paulo, com o apoio do vereador Toninho Paiva. Manuel Giesteira faleceu aos 64 anos, no dia 7 de julho de 2009, vítima de doença. Recorde fotos da construção e inauguração do monumento (facebook Capela São Félix).