Boas saídas e melhores entradas, é um desejo ardentes das pessoas de todas as condições sociais quando há mudança de ano civil e que não se reduzem apenas na alteração do último algarismo. Quantas vezes esse desejo se esfuma, ou, por outro lado, até se torna numa realidade saborosa.
Deixemos de tretas e rodeios para se entrar no cerne da questão, neste caso relacionado com a carreira do Varzim na Liga 3 do futebol nacional. Não há dúvida que a mudança na viragem do campeonato, parece que foi tirada a papel químico. Saiu da primeira volta com uma derrota em Felgueiras e entrou na segunda metade com o peso de igual derrota em Fão, “oficina” da equipa B do Sporting de Braga. Duas derrotas seguidas (a juntar à única anterior em Anadia), já tem feito badalar as campainhas de alarme entre a família varzinista. Que se compõe de adeptos, sócios, dirigentes, responsáveis do quadro técnico e outros elementos ligados ao “staff” alvinegro. Mais negro do que alvo, pelo que tem acontecido recentemente. O treinador principal, até tem intercalado a satisfação com momentos de tristeza e aborrecimento, quantas vezes elogiando o trabalho dos seus comandados de mistura com alguns puxões de orelhas. Pelo que se deduz facilmente que as coisas não correm pelos melhores trilhos.
Vem agora a segunda volta, a chamada fase do “cá te espero”, já que a ordem dos jogos passa a ser ao contrário, com os visitados a mudarem de terrenos a pisar em relação à primeira metade do Campeonato. Ora é nesse “cá te espero” que o rumo dos acontecimentos muda de figura. Quem antes era visitante, torna-se em visitado. Portanto é altura de retificar posições e lançar contas à vida em busca da pontaria ficar mais acertada no alvo, com metade das equipas a fazer festa no apuramento para a desejada fase de subida, ou, pelo contrário, banhar-se em pranto por não serem atingidos os objetivos ansiados, e passar a ver a corda na garganta no cadafalso que leva os “condenados” à descida de divisão, ou então sofrerem a grande sofrer para evitar a queda ao patamar inferior.
Foto: Varzim SC
O Varzim já teve na época passada o seu grande susto de ser obrigado a abandonar os campeonatos profissionais. Por pouco, mas o suficiente, com uma ponta final de sofrimentos.
Nesta segunda volta que começou da pior maneira com a derrota frente aos jovens bracarenses, o Varzim tem à sua espera 5 jogos na sua casa, e 3 em terrenos alheios. Portanto, à primeira vista, o calendário pode ser-lhe favorável, já que, por tradição, a quem joga nos seus ambientes servirá como “código postal”, ou seja, meio caminho andado na soma de pontos. Sabe-se que isso, quantas vezes, não pesa na balança na fortuna. Mas não há dúvida que pode dar uma ajuda, sempre à espreita que o pecúlio também venha das deslocações aos terrenos dos rivais.
Espera-se ansiosamente que o Varzim possa ter proveito na fase decisiva do “cá te espero”, pois é precisamente o que anseiam os varzinistas na recuperação do terreno perdido e que está bastante inseguro. Para já a equipa mantém-se nos quatro primeiros lugares para darem o salto mais seguro para a desejada fase da subida de divisão – ou, ao contrário, voltar às dores de cabeça com a despromoção a bailar nos olhos do sofrimento. Exemplo do ano passado pode servir de lição para o que não se quer repetir o mal, e, com a estrela da esperança à frente, olhar para o que se quer de bom. Vão ser oito jogos que requerem muita união, não só entre os sócios e adeptos, mas também “lá dentro” onde as coisas têm de se compor para agrado geral.
Vamos lá ver o que reserva o “à volta cá te espero”, com a soma de pontos necessária para, pelo menos, poder segurar a posição atual na tabela classificativa que poder dar mais tranquilidade do que na campanha anterior e possa servir de alavanca para a desejada subida de divisão.
Opinião Luís Leal – ‘O Meu Cantinho’