À margem da reunião de Câmara, realizada ao princípio da noite de terça-feira, Aires Pereira, presidente da edilidade e membro do Conselho Varzinista, partilhou com os jornalistas a sua posição quanto à criação de uma SAD no Varzim. Para o autarca “é preciso que as pessoas estejam de consciência perfeitamente elucidada de quais são as consequências da decisão que vão tomar para o nosso futuro comum”.
Aires Pereira afirmou que “havia muitos elementos em falta na documentação”, nomeadamente relativos à “identificação das pessoas que representam a sociedade que se propõe comprar e ser a principal acionista da SAD”. “Perante isto, os conselheiros entenderam que não havia condições para dar um parecer favorável. Esperemos que a direção consiga reunir esses elementos para a avaliação na Assembleia Geral. Mas também não sei, face àquilo que foi a decisão do Conselho Varzinista, se haverá tempo útil para que esses elementos possam ser colocados à disposição dos sócios para uma tomada de posição na Assembleia Geral, marcada para a próxima sexta-feira”, disse.
O autarca foi crítico quanto ao futuro do clube: “eu há dias escrevi um texto para um livro de crianças que é sobre um leão que defende intransigentemente os interesses da comunidade que o elegeu. Eu continuo nessa posição, com essa determinação. O Varzim é muito importante para a Póvoa. Mas a Póvoa é muito mais importante que o Varzim. É preciso que as pessoas estejam de consciência perfeitamente elucidada de quais são as consequências da decisão que vão tomar para o nosso futuro comum”, referiu.
“Eu já, em tempos, tive intervenções a propósito de gestões que eu achava que eram lesivas do interesse da Póvoa de Varzim e continuarei também, neste caso, muito atento àquilo que possa ser o futuro. E o município aí tem uma responsabilidade transversal a todos. E isso farei questão, enquanto aqui estiver, de defender intransigentemente os interesses da Póvoa”, acrescentou.
Aires Pereira admitiu ainda que “vejo o momento com grande preocupação”, mas declarou que o Varzim “sempre arranjou solução para os seus problemas”. Relativamente à afirmação de Edgar Pinho de que não se voltaria a candidatar caso a SAD não fosse aprovada, o edil disse que “não me parece que seja um bom princípio negocial colocarmos os associados e os poveiros, no caso, entre a espada e a parede. Eu escolho sempre a espada. E, portanto, acho que é preciso as pessoas terem consciência das decisões e para onde estão a conduzir os destinos de um clube centenário”.