O festival de artes performativas Circular realiza este ano a sua 20ª edição. Para celebrar o número “redondo e simbólico”, está preparado um programa mais alargado, que promete animar Vila do Conde entre 19 e 29 de setembro.
Multidisciplinar e com diferenciadas vozes, o programa estende-se em vários sentidos e formatos, “assente na diversidade de expressões e géneros, nas distintas autorias e experimentação”. Relembrando os 50 anos de Abril, o festival quer também “compreender e interrogar a realidade e atribuir-lhe renovados sentidos”.
Entre espetáculos, performances, workshops participativos, conversas, concertos e exposições, o Circular pretende chegar a novos públicos, proporcionando “um espaço para encontro, partilha e reflexão”.
Performance nos estaleiros navais abre programa
A 20ª edição arranca com o espetáculo de abertura ‘Holofáutico’, de Daniel Moreira e Rita Castro Neves, no dia 19, nos estaleiros navais de Azurara. A performance repete-se no dia seguinte.
Destaque também para dois espetáculos de dança em estreia nacional: ‘The Dancing Public’, da coreógrafa dinamarquesa Mette Ingvartsen, “uma peça que nos incita a dançar e acentua a dimensão social da dança em coletivo”; e ‘g r oo v e’, em que Soa Ratsifandrihana nos convoca “para a sua herança malgaxe e convida-nos a apreciar o elementar prazer que advém de ato de dançar”.
Em parceria com a Solar Galeria de Arte Cinemática, o Circular apresenta um programa com a artista e cineasta Ana Vaz, que inclui a exposição ‘O que aconteceu ainda está porvir’, a leitura performativa ‘Lysboa, Paraguay’ e exibição de filmes, abordando de forma crítica as relações entre o mito e a história colonial. Paralelamente, a artista Isadora Belletti inaugura no projeto Cave a exposição ‘Espaço para dia sem sol’.
O Circular destaca ainda o lançamento do nº 11 do Jornal Coreia, número editado em parceria com o festival catalão Sâlmon.
Pelas ruas de Vila do Conde, será desenhado um percurso performativo por Ana Rocha e Gio Lourenço. Em ‘Toda a Gente Vai’, os artistas recorrem ao gesto, à voz e texto para retratar as (in)certezas na (des)humanidade no humano.
Patente no foyer do Teatro Municipal, estará uma exposição de fotografias que assinalam as 20 edições do Circular, com registos de espetáculos que passaram pelo festival de 2005 a 2023.
Maior parte dos espetáculos tem entrada gratuita
Nesta edição, o Circular irá passar por vários espaços, nomeadamente o Teatro Municipal, o Auditório Municipal, a Galeria de Arte Cinemática Solar, o Centro de Memória, Centro de Documentação José Régio, Conservatório de Música, Teatro e Dança, Espaço Vila Jovem, ESMAD, Estaleiros Navais de Azurara, Largo Dr. Cunha Reis, Mercado Municipal e Pátio Café.
O Festival tem para a 20ª edição um orçamento de cerca de 130 mil euros, apoiado pela Câmara Municipal de Vila do Conde e pela Direção-Geral das Artes. A maior parte das atividades do festival tem entrada gratuita, porém em algumas das atuações serão cobrados ingressos no valor de 5 euros.