Pedro Macedo, um dos impulsionadores para a criação do Centro do Clima na Póvoa de Varzim, foi demitido antes do final do ano passado. Sílvia Costa, presidente do Conselho Diretivo do Centro, garantiu que “a restante equipa se mantém e está motivada em continuar o projeto”. Contudo, a afirmação é refutada por antigos membros da equipa.
Ao jornal MAIS/Semanário, Pedro Macedo referiu que “sempre prestei toda a informação solicitada aos diferentes órgãos da associação, de forma pró-ativa e permanente, e obviamente sempre dei seguimento à estratégia do Centro do Clima, da qual fui autor e zelador”.
Segundo o antigo diretor, “o que causou ‘incompatibilidades’ foi justamente a minha recusa em aceitar o desvirtuar dos princípios assumidos como basilares, nomeadamente a autonomia da equipa técnica”. Mais afirma que “não é verdade que a restante equipa se mantenha ou que esteja motivada, antes pelo contrário”.
Entretanto, Sara Rocha, técnica superior da equipa do Centro do Clima, entrou em contacto com o nosso jornal, reiterando esta declaração de Pedro Macedo, ao dizer que também ela saiu da equipa.
Sara Rocha afirma que, a 9 de janeiro, comunicou a sua demissão, em reunião do Conselho Diretivo da Associação Póvoa em Transição, “uma vez que considero estarem colocadas em causa as condições necessárias de independência da equipa do poder político para manter o nível inicial de ambição transformativa do projeto”. Por isso, “aquando daquelas declarações da presidente da Associação, já a mesma tinha conhecimento da minha falta de motivação para continuar no projeto”.
“Mais informo que, antes da referida reunião, remeti ao Conselho Diretivo uma carta manifestando as minhas preocupações relativamente ao futuro da equipa e do seu trabalho, à qual não me foi endereçada resposta, nem por escrito nem na reunião”, adianta a técnica superior.
Na terça-feira (14), a página de Facebook do Centro do Clima publicou um comunicado no qual declara que “a atuação do doutor Pedro Macedo, enquanto diretor executivo, não era a adequada para garantir quer a execução das orientações do Conselho Diretivo e a concretização dos objetivos que presidiram à constituição da associação, quer a gestão de uma associação com financiamento público e de todas as responsabilidades e obrigações que daí são exigidas”, acusando o antigo diretor de atuar “por diversas vezes à revelia do definido pelo Conselho Diretivo”.
No comunicado, lê-se que esta decisão “em nada se relaciona com a independência e idoneidade da associação ou o excelente trabalho realizado pela equipa contratada pela Póvoa em Transição – Associação pelo Clima da Póvoa de Varzim, que continua a trabalhar afincadamente nos projetos e compromissos assumidos”.