A Lactogal vai exportar as lamas que se têm acumulado na sua Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para uma empresa espanhola de tratamento de resíduos. Está também a procurar alternativas nacionais. A decisão foi anunciada na quarta-feira (16) pelo Ministério do Ambiente e da Energia, depois de uma reunião com a administração da empresa de Vila do Conde.
Em comunicado, é avançado que esta reunião surgiu “na sequência das diligências desencadeadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e das reuniões técnicas realizadas entre a APA e a empresa, nos dias 14 e 15”. Face à acumulação de lamas na ETAR da Lactogal, o Governo exigia “uma solução imediata, responsável e em conformidade com a lei”.
A decisão foi avançar com a exportação das lamas para a empresa espanhola Agroamb Prodalt SL, que recebe e trata deste tipo de resíduos. A operação vai decorrer ao abrigo da classificação europeia de resíduos ‘laranja’.
Segundo o Ministério, “a APA assegurará o acompanhamento técnico e administrativo necessário, incluindo o apoio no preenchimento e tramitação do Movimento Transfronteiriço de Resíduos, esclarecimentos legais e técnicos e a agilidade processual para garantir uma resposta eficaz e ambientalmente segura”.
Entretanto, a Lactogal está a identificar “operadores nacionais com capacidade para tratar as lamas da ETAR, com o objetivo de desenvolver uma solução alternativa, de base nacional e ambientalmente sustentável, reduzindo a dependência de soluções externas”.
Lembre-se que, na semana passada, foram interditados os banhos nas praias de Angeiras Norte (Matosinhos) e Labruge (Vila do Conde). Em comunicado, a APA indicava que registou uma “alteração significativa” da qualidade da água do rio Onda, alteração essa que estaria “presumivelmente associada” a descargas da Lactogal. Na segunda-feira, a interdição foi levantada.