Circular arranca com um programa que olha para o presente sem esquecer o passado

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Foto: Circular Festival de Artes Performativas

O Circular Festival de Artes Performativas arranca este sábado, 20 de setembro, em Vila do Conde. Até dia 27 de setembro serão várias as propostas nacionais e internacionais apresentadas pelo festival, incluindo estreias absolutas e nacionais. Nesta que é a 21ª edição os temas abordados focam-se: “na prática artística nas linguagens de fronteira, num território que é também de resistência, como este tempo impõe”, diz a organização do evento.

O vodu haitiano, as sonoridades afrofuturistas, as memórias do PREC e as aldeias remotas são assuntos que farão parte de todo o espetáculo. No sábado, dia 20, às 15 horas, haverá uma conversa com Carlota Lagido bailarina, coreógrafa, figurinista, artista visual e desenhista. A tertúlia terá lugar no Teatro Municipal. Na sessão, a artista vai partilhar imagens e reflexões em torno de “O Lugar do Meio”, projeto que dirige em Alfafar em torno da prática artística e da experimentação no contexto das situações de encontro proporcionadas pelas residências artísticas.

Segue-se, duas horas mais tarde, uma interpretação contemporânea do icónico filme holandês “Fanfare”, com Priscila Fernandes. Será uma inauguração, com promovida pelo Circular e pela Solar Galeria de Arte Cinemática. O “Fanfare” vai demostrar a realidade absurda e melancólica de uma banda filarmónica amadora de uma pequena aldeia, para lançar uma reflexão sobre o colapso coletivo num tempo de polarização e crise ecológica, contando com a participação dos músicos de De Bergklanken e com o apoio da Mondriaan Fonds. Priscila Fernandes – que trabalha na pintura, desenho, instalação, fotografia, vídeo e edição de livros, questões sobre liberdade individual e coletiva, precariedade, mercantilização do tempo e violência nas sociedades contemporâneas. Entretanto às 18 horas, a organização propõe uma conversa performativa entre a artista Priscila Fernandes e alguns músicos Jacoby Bos, Willemiek Nijdam e Harm Nijdam.

Ainda no sábado, pelas 20h30, sobe ao palco do Circular a Cooperativa, com Ana Rita Teodoro; Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Sabine Macher e Laura Salermo. Este grupo vai evocar os momentos do PREC, com um sistema corporativo vai-se produzir uma coreografia. A primeiro dia termina com uma estreia nacional, do “MOS”, às 22h40. É uma criação de Ioanna Paraskevopoulou, muito jovem e premiada bailarina e coreógrafa grega, cuja prática emergente explora a relação entre os meios audiovisuais e o movimento, procurando expandir o campo coreográfico através de metodologias híbridas, contando com o apoio da Onassis Stegi Foundation nesta primeira apresentação em Portugal.

Este texto faz parte de um artigo publicado esta semana no jornal MAIS/Semanário, que pode ler na íntegra na edição digital (PDF).