A Importância da Terapia Ocupacional no Envelhecimento – Opinião de Ana Sofia Maia

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O processo de envelhecimento é um fenómeno que acompanha todos os indivíduos ao longo do seu ciclo de vida, sendo este dinâmico e progressivo e que envolve modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Desta forma, é frequente que com o avançar da idade surjam dificuldades no desempenho das atividades diárias, que podem ter impacto na independência e na participação nas suas rotinas.

Para uma população mais envelhecida, a Terapia Ocupacional é uma abordagem essencial, pois auxilia na manutenção ou recuperação das competências necessárias para a realização das suas tarefas essenciais, como cuidar da higiene pessoal, alimentação, lazer e participação social. Este tratamento visa proporcionar ao in- divíduo o seu nível máximo de funcionalidade e de independência.  Deste modo, o Terapeuta Ocupacional avalia as funções físicas, psicológicas e sociais do indivíduo, identifica as áreas de disfunção e envolve o indivíduo num programa estruturado de atividades significativas de forma a ultra- passar as suas dificuldades, para que este consiga realizar as suas ocupações. Entende-se assim por ocupação tudo aquilo que a pessoa realiza com o intuito de cuidar de si própria (auto-cuidados), desfrutar da vida (lazer) ou contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade (produtividade). Estas ocupações podem ir desde as mais básicas, como alimentar-se ou vestir-se, até às mais complexas, como desempenhar uma atividade laboral ou conduzir um carro.

A avaliação dos contextos onde o mesmo se insere, identificando os fatores de risco e promovendo adaptações que aumentem a segurança e a funcionalidade dos indivíduos, é também uma das áreas de atuação do terapeuta ocupacional. Além disso, os terapeutas ocupacionais também promovem programas de exercícios específicos, de forma a ajudar a melhorar o equilíbrio, a força muscular e a coordenação motora, reduzindo assim significativamente o risco de acidentes, que muitas vezes acontecem nesta população.

Desta forma, quando os idosos apresentam limitações físicas ou cognitivas, a terapia ocupacional trabalha na reabilitação dessas competências, através de atividades personalizadas, ajudando assim o idoso a adaptar-se às suas condições, fortalecendo a sua autoestima e promovendo um envelhecimento mais digno, independente e autónomo.

Concluindo, a terapia ocupacional desempenha um papel crucial na promoção da saúde, autonomia e qualidade de vida dos idosos. A sua intervenção em conjunto com uma equipa multidisciplinar possibilita um envelhecimento mais ativo, seguro e satisfatório.

Artigo escrito por Ana Sofia Maia, terapeuta ocupacional e amiga da Associação de Solidariedade Social de Santa Cristina de Malta (SANCRIS).