O dono do stand da Póvoa de Varzim detido e libertado no espaço de um dia, no âmbito de uma investigação da GNR, já comentou o caso. Em entrevista ao SOS 24 da TVI, esta quinta-feira, Augusto Fernandes diz que está tudo “esclarecido”.
Detido por vender carros a alegados traficantes, respondeu: “Essa é a ligação que a GNR pensava que eu teria. Mas não existe nada. Mesmo eles, quando fazem a abordagem à empresa e vêm que está tudo certo com a contabilidade, se foram apercebendo de que não era como eles pensavam. Mas foi tudo esclarecido”.
Num caso que teve repercussões em toda a imprensa nacional, Augusto diz que muito do mal já está feito: “Nem tudo é como a comunicação social escreve. Andamos anos a construir um nome e uma imagem, e depois para derretê-la bastam 2 minutos. A primeira notícia que sai é a que faz mais mossa”.
O advogado Aníbal Pinto reagiu assim: “Estou absolutamente estupefacto, incrédulo e chocado. O que aconteceu aqui é muito grave, há uma violação grosseira: a detenção fora de flagrante delito. A lei diz que as pessoas só podem ser detidas sem flagrante delito se houver fundadas suspeitas de que o visado não se irá apresentar voluntariamente. Nós estamos a falar de um homem sem nenhum antecedente criminal”, lembrou, criticando o facto do seu cliente ter sido “submetido a interrogatório não judicial”.
Augusto não tem qualquer ligação a traficantes, acrescenta, simplesmente tem um stand com “a porta aberta a todos”. Mas todas estas notícias “inapagáveis e irreparáveis” deixam prejuízos na imagem do stand, concluiu.