Organizações ambientais contra o projeto Naturconde, e Câmara Municipal, que o está a implementar, marcaram iniciativas para a mesma altura.
A Solidarity Soul e o núcleo do FAPAS “Salvar a ROM” promoveram uma manifestação, com 100 pessoas, em favor da “preservação ambiental e identidade histórica” da Reserva Ornitológica de Mindelo (ROM). Opõem-se ao projeto Naturconde que, dizem, vem desvirtuar essas características.
A concentração foi na estação de metro Espaço Natureza na manhã de domingo, sendo que mesmo do outro lado da rua estava uma comitiva da Câmara, promovendo uma caminhada para inaugurar os novos percursos do projeto que designa Naturconde. Foi nessa altura que a vereadora do Ambiente e vice-presidente da autarquia, Lurdes Alves, atravessou a rua e, segundo o JN, tentou tirar o megafone a um dos manifestantes, gerando-se alguma troca de palavras.
Do lado dos manifestantes, José Tiago Sousa, vila-condense que preside à associação Solidarity Soul, explica a oposição ao Naturconde: “Este projeto abriu caminhos excessivos, abateu indiscriminadamente árvores, prejudicou seriamente a biodiversidade e, entre outras coisas, pretende que a marca Naturconde substitua a designação histórica Reserva Ornitológica de Mindelo. Está ainda previsto a construção de um parque de merendas, dando mais um passo na intenção de tornar a ROM um parque de lazer. Tal é objetivamente nocivo à sustentabilidade ambiental da área. Tudo isso tem gerado um enorme sentimento de injustiça e indignação entre os amigos da ROM”.
Já a autarquia garante que Naturconde é apenas uma marca mais intuitiva e de mais fácil divulgação, e que não pretende fazer da ROM um parque de lazer. O objetivo é ter visitantes, sim, mas protegendo a paisagem e os habitats, dizem.
Fotos de Isabella Rabassi