Cortejo honrou audácia de quem dedicou a vida ao mar

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Traje escuro, facho em punho, semblante contemplativo. O Cortejo dos Fachos partiu ontem ao final da tarde da Praça do Almada em direção à Igreja da Lapa. A tradição recente – é a segunda edição – evoca o naufrágio de quatro lanchas a 27 de fevereiro de 1892, que custou a vida a cerca de 70 pescadores da Póvoa de Varzim.

Já em frente à igreja, as centenas de pessoas que compuseram o cortejo assistiram a uma reencenação por parte do Grupo de Teatro dos Leões da Lapa.

No final, o padre Nuno Rocha confessou-se “emocionado”, porque aquele quadro “tão bem representado” reflete “infelizmente a realidade de tantas vidas ainda sujeitas a estas amarguras”. E aqui “honramos a sua audácia”, homenageou.

Luís Diamantino, vice-presidente da Câmara, aplaudiu o Grupo e acrescentou que bastava olhar em volta para se ver “os olhos das pessoas cheios de lágrimas”.