Segunda-feira, Setembro 16, 2024

A evolução do CV: do papiro aos PDFs

Ah, o currículo! Aquele humilde documento que guarda a chave de várias ambições profissionais. Mas, onde é que tudo começou? O CV, tal como o conhecemos hoje, é o resultado de séculos de evolução. Sim, os atuais arquivos digitais elegantes não podem negar as suas origens em pergaminhos antigos.

Origens antigas: o nascimento do CV

Atualmente, dispomos de diversas ferramentas que facilitam a montagem de um currículo, com modelos feitos por especialistas, design programado e conteúdos pré-escritos adaptados às necessidades pessoais. No entanto, nem sempre foi assim. É provável que os antigos egípcios tenham sido os primeiros a introduzir a ideia por detrás de um CV ao enumerarem em pedaços de papiros as realizações e os feitos nobres de uma pessoa. Não eram profissionais no sentido que hoje damos à palavra, mas têm alguma ligação, uma vez que se tratava de triunfos em batalha ou de contribuições em construções de templos e outros monumentos, como pirâmides. Não são propriamente as suas habilidades típicas de escritório, mas toda a gente começa de algum lugar!

Idade Média: CV Digno de Rei

Avançando para a Idade Média, os cavaleiros e nobres costumavam transportar cartas de apresentação de poderosos patronos. Estas cartas em pergaminhos sofisticados incluíam detalhes lisonjeiros sobre a sua bravura, lealdade e, por vezes, um pouco de “enfeite criativo”, aumentando alguns feitos por meio de palavras rebuscadas.

Foi neste período que os artistas e artesãos começaram também a utilizar documentos semelhantes a CVs, normalmente apresentados às guildas para mostrar suas capacidades e ganhar comissões. Vemos também aqui os primórdios do portfólio moderno.

Renascimento: Obra-prima do currículo de Leonardo da Vinci

Um dos primeiros currículos conhecidos é atribuído a ninguém menos que Leonardo Da Vinci. Em 1482, o artista escreveu uma carta ao Duque de Milão, enumerando suas habilidades em engenharia e pintura. Em formato de carta, Da Vinci prometeu que poderia construir pontes, criar canhões e, quase como uma reflexão tardia, pintar um pouco.

O currículo de Da Vinci foi um marco, pois combinava as capacidades únicas do génio com a sua visão para projetos futuros. Vendeu o seu potencial da mesma forma como os candidatos a emprego fazem atualmente.

Revolução Industrial: Uma Abordagem Formal

À medida que avançamos para a Revolução Industrial, o mundo assistiu ao nascimento de currículos mais padronizados. Com o aparecimento das fábricas e a necessidade de mão-de-obra especializada, os empregadores começaram a solicitar registos escritos das competências e empregos anteriores de um candidato. Este foi o início da estrutura moderna de CV: uma que se concentrava mais na experiência de trabalho relevante.

No século XX, os CV começaram a ficar mais formalizados. Na década de 1930, nasceu o currículo de uma página com o surgimento de empregos de colarinho branco. A partir daí, os CV tornaram-se essenciais em qualquer lugar.

Era digital: os CV conquistam a internet

Com o aparecimento dos computadores e da internet, os CV sofreram outra transformação. Nas décadas de 80 e 90, o CV padrão migrou do papel para o digital e, nos anos 2000, as candidaturas a empregos online tornou-se a norma.

Hoje, os CV são dinâmicos, digitais e diversificados. A cor, o design e a personalidade estão a regressar — ​​bem como na época de Leonardo.

O futuro: CVs em 2050?

O que aguarda os CV? Documentos holográficos? Perfis gerados por IA? O que é certo: enquanto tivermos competências para mostrar e empregos para nos candidatarmos, o CV continuará a evoluir e não importa como mude, pois, a essência continua a ser a mesma: contar uma história convincente sobre quem somos e o que podemos fazer.

 

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