Milhares de agricultores de todo o país encontram-se, na manhã desta quinta-feira, em Mirandela a protestar contra o Governo. A Horpozim, Associação Empresarial Hortícola sediada na Póvoa de Varzim, está entre as entidades participantes no protesto.
De acordo com Manuel António Silva, presidente da Horpozim, os agricultores estão “contra a extinção da Direção-Regional de Agricultura e Pescas, em defesa do mundo rural e da agricultura como um setor estratégico para o nosso país”.
Num comunicado datado de quarta-feira, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) acusa o Governo de “incompetência”. Critica a posição do executivo face às “dificuldades desencadeadas pela guerra na Ucrânia e pela seca de meses”, apontando a “falsas promessas e crescente desconsideração” pelo setor agrícola.
“O anúncio da extinção das Direções Regionais de Agricultura e da transferência de poderes e funções para as CCDR foi a gota que fez transbordar o copo. Como podem os agricultores acreditar que não existe uma intenção concreta de desacreditação do Ministério?”, acrescenta o comunicado.
À Antena 1, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, afirmou que não há extinção das direções-regionais: estas estruturas passam a ser tuteladas pelas comissões de coordenação rural. Desmentiu também as acusações de que 1,3 milhões de euros do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 estão em atraso.
A governante declarou ainda que a CAP está a criticar um modelo de gestão do qual participa. “Se de facto fazem parte do modelo de gestão com quem o próprio Ministério governa, há aqui qualquer coisa que não bate a bota com a perdigota. Tecnicamente é uma coisa e politicamente é outra?”, disse em declarações à Antena 1.