Aires Pereira diz que agricultores se devem organizar e “ser duros” para sobrevivência do setor

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O presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, defende que as manifestações do setor primário “não chegam” e que “é preciso nós nos organizarmos e ser duros, se não a sobrevivência vai ser difícil”.

Na reunião promovida pela Associação Empresarial da Póvoa de Varzim (AEPVZ) em Aguçadoura, na quinta-feira, o edil afirmou ainda que é preciso “contornar” a dependência dos agricultores ao “setor médio e grande distribuição”.

Segundo Aires Pereira, “é preciso ter respostas” para “valorizar o trabalho destes homens [agricultores] que estão numa altura muito difícil, em que os custos de produção estão elevados e não conseguem produzir a preço que lhes permita sobreviver”. Por isso, apelou a “um trabalho para equilibrar a conversa” que inclua instituições como a AEPVZ, a Horpozim e a Câmara Municipal.

“A dependência que o produtor tem do setor médio, do comerciante, e da grande distribuição é algo que temos de contornar”, continuou, reforçando que é necessária uma “organização de produtores” onde seja possível impor preços mínimos para os produtos.

Ainda esta semana, na Estela, centenas de produtores hortícolas manifestaram para uma maior fiscalização do preço dos produtos. Aires Pereira referiu, na reunião, que é da opinião que “isto é uma manifestação contra vocês próprios” porque “os agricultores é que têm a faca e o queijo na mão”. “Não chega, é preciso nós nos organizarmos e ser duros, senão a sobrevivência vai ser difícil”, afirmou.

“Esta não é uma luta individual, é uma luta de todos. Se todos se juntarem e unirem, conseguimos fazer alguma coisa”, acrescentou.

Joaquim Araújo, presidente da AEPVZ, reiterou o ponto de Aires Pereira, dizendo que “cada um de nós é parte de um todo. Se faltar um de nós o todo é menos poderoso”. “Se todos lutarmos por um objetivo, a representatividade de um grupo é sempre maior do que a individual”, terminou.

Foto José Alberto Nogueira