Alegadas agressões a ucraniano foram em Vila do Conde mas denúncia foi apresentada na Póvoa

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Apesar de o Ministério da Administração Interna ter aberto um inquérito conforme comunicado do final da tarde de sábado sobre “alegadas agressões a um cidadão de nacionalidade ucraniana numa esquadra da Póvoa de Varzim”, a situação sucedeu na esquadra da divisão de Vila do Conde.

No entanto, o homem visado, fez a denúncia na esquadra da Póvoa de Varzim.

Sobre os factos, o caso, que envolveu um cidadão ucraniano, ocorreu na madrugada do passado domingo, 6 de dezembro, às 01h38, explica a PSP em comunicado, ao referir que na altura “procedeu à fiscalização de um condutor que conduzia um veículo sem que este tivesse qualquer iluminação ligada, provocando perigo para os restantes utentes da via”.

A PSP esclarece que devido “ao odor exalado pelo condutor foi submetido a teste de álcool”, no qual o individuo acusou a taxa 2,56g/l, que constitui prática de crime, e que ao ser informado que ia ser detido, tentou sair da esquadra e reagiu de forma agressiva contra os agentes que o impediram e o algemaram.

A PSP informa também no comunicado, que pelas 03H45 dessa madrugada e após notificação para se apresentar no Tribunal, “o cidadão saiu livremente da instalação policial, tendo prescindido de contacto com os familiares e defensor, bem como de observação médica”.

Ucraniano formaliza queixa

No dia seguinte ao final da manhã, o homem compareceu na Esquadras da Póvoa de Varzim, onde formalizou uma denúncia contra os polícias que o detiveram no dia anterior, por alegado uso excessivo de força.

Entretanto, foi instaurado um inquérito pelo Comando Metropolitano do Porto, para apuramento dos factos e dos contornos da ocorrência registada.

Na noite de sábado, em declarações ao JN online, a advogada do ucraniano, Alexandra Cruz, disse que Valery Polosenko foi alvo de agressões no interior da esquadra, tendo ficado com dois dentes partidos e com escoriações na boca, no tórax e nos braços. As lesões foram confirmadas por uma perícia realizada ao imigrante no Instituto de Medicina Legal.

À publicação online, a jurista diz que a queixa incide sobre os dois agentes que o detiveram, na madrugada de seis de dezembro, por condução com uma taxa ilegal de álcool e os restantes que estavam na Esquadra e a quem pediu ajuda: “tiraram-lhe a carteira e o telemóvel e impediram-no de ligar ao seu habitual advogado. E os restantes faziam de conta que não ouviam as súplicas do Valery”.

Alexandra Cruz sublinha que os polícias terão ainda usado expressões xenófobas, dizendo-lhe, por várias vezes: “Vai-te embora, vai prá tua terra!.

Por sua vez, a polícia informou, ainda que “este cidadão tem antecedentes pela prática de infrações semelhantes, tendo sido anteriormente detido pelos mesmos motivos”.