Mal o calendário muda de folha a fazer alterar o ano civil, logo aparece estampado por todos os lados o velho aforismo de Ano Novo, Vida Nova. Uma coisa banal que se tornou tão tradicional, como as coisas continuarem a caminhar por trilhos anteriores. Às vezes, isso serve para corrigir (aumentando, claro) os preços dos bens mais essenciais (ou quase isso) para bem das bolsas dos “negociantes de dinheiro”, e para mal de quem tem que desembolsar ainda mais os parcos rendimentos que “naufragam” no bolso envolvido de cotão das necessidades.
Neste novo ano acabadinho de entrar, notou-se, por acaso, que existe algo de novidade em relação ao que acabou? Lá por fora continua a estourar os enormes petardos para destruir cidades, vila e aldeias, de mistura com seres humanos. Tudo na mesma, entre 2022 e 2023. As promessas de melhores dias são precisamente as mesmas. Lá fora e também cá dentro deste país que sofre mais com as guerras externas do que com as que não produz, felizmente, entre os seus muros. Uma das guerras que mais aflige os portugueses relaciona-se com os preços dos combustíveis e dos comestíveis.
Dão-se umas voltas pelos supermercados e vê-se que os preços aumentam, assim como aumentam os lucros por vezes anunciados quase a medo. Nos mercados locais, mais ou menos tradicionais, o panorama torna-se equivalente, mesmo nos chamados “mercados da estrada” muito em uso nas paragens poveiras com os “produtos da terra”, por vezes mais caros do que os importados das paragens francesas e espanholas e… que querem fazer passar pelos tradicionais das nossas hortas.
Para muitos o ano 2022 foi bom, para outros, foi um mal agravado, mas no panorama geral, nada se notou.
Cá pela nossa Póvoa amada, o fim do ano teve de arrostar com fortes intempéries que, comparado com o que se passou por aí fora, até foi… um mar de rosas… com alguns espinhos pelo meio. Não houve os anunciados festejos do fim de ano, mas ficaram bem à vista dos residentes ou visitantes lindas iluminações espalhadas com gosto por essas ruas fora, num sinal de que a Póvoa está viva e bem viva rumo ao futuro… turístico. Assim se concretize com a entrada do novo ano.
O que não se percebe muito bem (ou talvez seja percebido por muitos) é a constante oscilação dos preços dos combustíveis: sobe o gasóleo, desce a gasolina; sobe a gasolina, desce o gasóleo, em percentagens variáveis. Anos atrás, quando se alteravam esses preços, era uma azáfama dos diabos, com bichas enormes às portas das gasolineiras. Agora, torna-se a coisa mais banal, mesmo sem as necessárias justificações desse sobe-e-desce. Parece até que o povo está vacinado contra esse vírus que se torna mais prejudicial do que quantas Covid’s aparecem no reino das enfermidades, mais ou menos propagandeadas e que já foram motivo para justificação de aumentos de preços, mesmo sem serem apontadas as bases de todo esse imbróglio. E que em grande dose se assentam nos interesses financeiros em prejuízo de quem sofre as consequências.
Neste virar de página no calendário da vida, o melhor que pode restar ao imortal cidadão é sofrer com paciência, esperar por melhores dias (lá fora e cá dentro), esperar que, de facto, haja uma mudança feliz do Velho para o Novo, e que acima de tudo, todos sejamos irmãos de mãos dadas para ultrapassar este mundo de escolhos que sempre foi, continua a ser, e, infelizmente, será pelo tempo fora.
De qualquer forma esperemos que de facto se cumpra o velho aforismo de “Ano Novo, Vida Nova” para salvação do homem e do mundo. Assim se deseja neste dealbar do ano de 2023.