Perante um Auditório Municipal cheio de associados e convidados, Alexandrina Cruz tomou posse na tarde deste sábado, como presidente da Direção do Rio Ave para o mandato 2023/2026. No seu discurso, lembrou os valores da família, desde os avós ao cunhado, como assumiu o compromisso “de dar o meu melhor”.
Referindo-se ao facto de ser uma mulher presidente num mundo de homens, vincou “que a competência não tem género. Sou apenas o rosto de uma equipa”, e justificou que lidera uma equipa “muito voluntariosa”.
No final, respondeu ás questões dos jornalistas. Esteve algo emocionada na tomada de posse? Foi um momento muito especial (referindo-se ao cunhado).
Que energia sentiu para chegar até este ponto? É um orgulho muito grande e de alguma forma estava um bocadinho ansiosa com este dia, porque agora é voltar ao trabalho e arregaçar as mangas.
A primeira fase passou pela prioridade em renovar com todos os jogadores. Agora, qual é o momento seguinte? Qual a possibilidade de transferir Guga e o Costinha? Pode avançar alguma coisa de concreto? Há muito trabalho pela frente nesta questão das transferências. Mais uma vez as coisas podem ser alteradas, dado que ainda podemos ter a decisão da FIFA.
Ainda tem esperança? Temos de ter esse cenário. Há muito para trabalhar, há muita coisa para fazer e reunir com a minha direção rapidamente e com todos os departamentos. Vamos é de alguma forma incutir aqui algumas alterações no sentido de reforçar a estrutura no trabalho. Possíveis vendas concretamente não temos. Não há nenhuma proposta. Aguardamos. A equipa está bem, estabilizada, uma vez que não conseguimos inscrever jogadores e naturalmente a questão financeira é importante, mas temos outras soluções.
Falou em questões importantes para o clube. Já tem com o presidente da Assembleia Geral alguma data específica para marcar a Assembleia Geral? Nós temos muito rapidamente que fazer uma Assembleia de Plano, Atividades e Orçamento. Já o devíamos ter feito em junho. Os estatutos assim o exigem, mas por causa deste período eleitoral, atrasamos e por isso, eventualmente em final de julho, no máximo início de agosto, faremos uma Assembleia para apresentarmos o Plano de Atividades e Orçamento. Depois temos aqui a questão da alteração estatutária e mesmo esta questão abertura a uma Sociedade Anónima Desportiva, estará em cima da mesa e num futuro rápido.
A SAD é a prioridade e o primeiro assunto que tem de ser resolvido? A prioridade é a estabilidade. Se para termos estabilidade desportiva, temos de ter estabilidade financeira ou por venda. As receitas dos clubes resumem-se a muito pouco. O merchandising e a quotização de lugares anuais são receitas muito reduzidas e por isso estamos a falar de direitos televisivos ou venda de jogadores. Nos direitos televisivos temos um valor considerável e razoável face ao panorama nacional relativamente a venda de ativos até janeiro. É muito complicado, porque efetivamente, como não conseguimos inscrever jogadores, temos de alguma forma criar aqui uma balança interessante entre as necessidades que temos, mas também as necessidades financeiras, mas também as necessidades desportivas.
A constituição de uma SAD é mesmo a única que alternativa? Não é a única alternativa. A questão da venda de ativos é fundamental para o equilíbrio. Como não conseguimos vender ou vamos ter dificuldade em vender, até porque também olhamos e temos um leque não muito alargado de possibilidade. A SAD não é a única alternativa, mas é uma alternativa muito importante. É uma coisa que os sócios vão decidir. Na Assembleia, vamos esclarecer em pormenor toda a situação do Rio Ave. As nossas contas são públicas há muitos anos para cumprir regulamentos da UEFA. As nossas contas estão disponíveis e por isso não há aqui nada a esconder, mas é preciso explicar, até porque esta questão do negócio do futebol tem sempre muita emoção, e quer queiramos, quer não, todos gostamos de que a bola entre. Tem que haver aqui um conjunto de situações que nos levem à estabilidade. Foto Rio Ave FC.