A Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, que reuniu na noite de quinta-feira, 18 de dezembro, aprovou por unanimidade uma moção apresentada pelo presidente da Junta de Freguesia de Laúndos, Félix Marques. O autarca voltou a denunciar os impactos negativos do aterro da Resulima em Paradela (Barcelos), na fronteira com a freguesia poveira, sobre as populações vizinhas.
Na sessão, o presidente da Junta interveio pela quinta vez neste plenário, em nome das freguesias de Laúndos, Rates, Estela, Aguçadoura e Navais, sublinhando que os maus odores persistem apesar das obras da Fase 1 de mitigação concluídas há cerca de um ano. Segundo o presidente, após uma breve melhoria inicial, as emissões voltaram a aumentar em frequência e intensidade, afetando eventos culturais, cerimónias religiosas e o quotidiano das populações.
O autarca relatou episódios recentes em que os maus cheiros se fizeram sentir em locais emblemáticos, como o centro histórico de Rates ou o Santuário de Nossa Senhora da Saúde em Laúndos.
Denunciou a falta de resposta da Resulima às reclamações dos fregueses e criticou os estudos científicos apresentados pela empresa, que não incorporam os registos de odores feitos pelas juntas desde 2023. Alertou para o crescimento contínuo dos alvéolos do aterro e para sinais de novos terrenos adquiridos junto à instalação, temendo uma eventual expansão.
Reforçou que apenas o Município da Póvoa de Varzim tem participado de forma consistente nas reuniões do Grupo de Trabalho presidido pela CCDRn, demonstrando preocupação efetiva com o problema.
O presidente da Junta de Laúndos concluiu a sua intervenção afirmando que, apesar da indiferença de várias entidades nacionais e europeias, “não desistiremos de defender os direitos das nossas populações”, sublinhando que apenas a Assembleia Municipal e a Câmara têm demonstrado empenho real em enfrentar a situação.


