A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Júlio Saúl Dias, tornou pública, na última quarta-feira, uma reclamação enviada à Direção do Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches, sobre a nova estrutura dos horários.
Em causa está, segundo a Associação, “a realização de seis tempos letivos seguidos durante a manhã, com apenas quatro tempos letivos durante a tarde”. Para além do mais, os intervalos foram reduzidos, o que pode “comprometer a capacidade dos alunos se alimentarem de forma adequada, relaxarem e, até mesmo, irem ao WC”, escreve a associação na reclamação, enviada no dia 9 de agosto do presente ano.
Com esta mudança, a Associação também se mostra preocupada com o rendimento dos alunos, uma vez que “a qualidade do ensino pode ser comprometida, uma vez que estando os nossos filhos cansados e desconcentrados têm mais dificuldade em assimilar o conteúdo das aulas”, explica a Associação.
Os responsáveis pela Associação deixaram também uma questão à direção do agrupamento, sobre se o facto de estar previsto “algum processo de monitorização e avaliação” do novo horário.
Na mesma publicação, está presente a resposta de Francisco Pimenta, diretor do Agrupamento de Escolas, que mencionou o facto de haver “alunos, utentes dos autocarros, chegavam à escola antes (ou por volta) das 8h00 da manhã”, o que resultava espera “longa pelo início das aulas, muitas vezes à chuva e ao frio, durante o outono e inverno”, acrescentou o diretor.
Desta situação, resultava outra, que consistia na espera dos alunos pelo autocarro, “até depois das 18h30. Na prática estavam das 7h00, às 19h30 fora de casa, isto é, mais de 12 horas”, concluiu Francisco Pimenta, em relação às aulas terminarem mais cedo no período da tarde e haver mais carga horária de manhã.
Quanto à concentração dos alunos ser melhor durante o período da manhã, Francisco Pimenta afirma que é verdade e, por isso, “a intenção do Agrupamento é reduzir o número de turmas sujeitas a esse horário”. Ainda sobre o tema, Francisco Pimenta sublinhou o facto de que “é bem possível que boa parte dos 5.º, 6.º, 9.º, 11.º e 11.º anos tenha zero ou no máximo, um dia misto” (manhã e tarde), com esta alteração.
Fazendo a comparação com outros países da Europa, o diretor do Agrupamento vê vantagens no que diz respeito às alterações, pois “o horário escolar em todos os países da Europa não se estende para além das 12 horas”, o que permite “que as crianças possam usufruir de tempo para si e para as atividades de que gostam”, referiu Francisco Pimenta. Uma vez que com estas alterações os alunos terminam o último tempo por volta das 17h25, há mais tempo para outras atividades e acabam por não sair das escolas já de noite.
No que diz respeito aos intervalos, o responsável pelo agrupamento diz ser “viável que essas pausas permitam a ingestão de lanches, assim como a deslocação (curta) para as salas”, e também não permite aos alunos tanto tempo para sair da escola e comprar “comidas e bebidas não saudáveis”, sublinhou.
O Agrupamento deixou claro que “ao longo do ano serão consultados os membros da comunidade escolar para que indiquem eventuais constrangimentos e sugestões de melhoria”.
No final, Francisco Pimenta esclareceu que é “fundamental” existir comunicação com “as diversas estruturas escolares”, das quais fazem parte as associações de país e que no passado dia 24 de julho foi realizada uma reunião final, para as qual as associações de país foram “convidadas”.